RADAR SANITÁRIO | Onda de forte calor é prejudicial até para zebuínos

CONFIRA o que está no 'Radar Sanitário' em outubro; coluna do médico veterinário e professor Enrico Ortolani trata das rotinas no manejo dos rebanhos de corte

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Por Enrico Ortolani – Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP (ortolani@usp.br)

INFESTAÇÃO DE MOSCAS-DOS-ESTÁBULOS EM PERNAMBUCO


Professor da UFRPE acompanhou o ataque massivo de moscas-dos-estábulos (Stomoxys calcintrans) em bovinos em fazendas no distrito de Uruçu-mirim, município de Gravatá, no agreste pernambucano, onde se planta muito inhame.

Segundo o acadêmico, o surto foi provocado pelo uso intenso de cama-de-frango para fertilizar essa cultura e a condição encharcada da região, que favorecem muito a multiplicação das moscas nessa época do ano. Falar dos prejuízos da infestação das moscas é chover no molhado.

Uma possível forma de controle das moscas vem do próprio estado de Pernambuco, cuja Assembleia Legislativa criou uma portaria (Portaria nº 031, em Diário Oficial do Estado de Pernambuco em 24 de julho de 2014) sobre a disposição do uso de cama de aviário para agricultura.

Segundo pesquisadores pernambucanos, a cama de aviário, deve permanecer por no mínimo 30 dias ensacada para que na compostagem ocorra morte dos ovos dessa mosca aí presentes.

Em seguida, espalha-se o adubo orgânico ao lado do broto de inhame, recobrindo-o com terra, para evitar a postura de mais ovos de Stomoxys calcitrans, neste adubo já compostado.

Segundo o especialista do assunto da Embrapa, Dr. Antonio Thadeu Medeiros de Barros, caso fosse seguido rigorosamente esse processo, em especial a completa cobertura com terra desse adubo orgânico já compostado, isso evitaria a presença dessas terríveis moscas.

Mas teria que ser seguido por todos os agricultores e com os criadores de aves, para que o manejo da cama de aviário fosse o recomendado, o que exigiria uma grande campanha de educação sanitária, inclusive com os pecuaristas locais!

Bovino atacado pelas moscas-dos-estábulos.

ONDA DE FORTE CALOR É PREJUDICIAL ATÉ PARA ZEBUÍNOS

Estamos passando por um ano de quebras de recorde de altas temperaturas ambientes, que se espalha praticamente do Oiapoque ao Chuí. Não apenas nós seres humanos sentimos o efeito desse calorão todo, mas também os bovinos, inclusive os zebuínos.

Sem dúvida, os taurinos em especial os de pelame escuro são os mais atingidos, pelo fato deles terem maior dificuldade de eliminar o calor retido no corpo.

Em boa parte do Brasil, o calor está acompanhado de baixa umidade do ar, o que facilita a dissipação do calor interno. Mas temperaturas acima de 28º C para taurinos e 33º C para zebuínos, mesmo em baixa umidade do ar, já diminuem a ingestão de alimentos, podendo em alguns casos extremos provocar a queda no apetite em até 70%.

É o chamado estresse térmico. Embora o gado Nelore seja proveniente de uma região semiárida e muito quente e seca da Índia, até ele sente esse calorão todo.

Podemos aliviar o estresse térmico por meio do oferecimento irrestrito de água de boa qualidade, que além de refrescar aumenta a circulação de sangue da pele, dos pulmões e dos rins, ajudando a perda de calor.

Um estudo na terra do Tio Sam mostrou que um bebedouro contaminado com fezes bovinas ou com algas reduzem o consumo de água pela boiada, na ordem 10 a 20%, diminuindo também o ganho de peso. É hora de limpar os bebedouros!

Evite manejar seu gado nos momentos mais quentes do dia, preferindo as primeiras horas da manhã ou no cair da tarde. O transporte também desidrata os animais, em especial os mais jovens, que chegam a perder até 3 % de seu peso vivo se transportados por 4h. Assim recomenda-se, que caso a movimentação rodoviária deva ser feita, que a mesma seja conduzida durante a noite ou a madrugada.

Experimentos feitos com ruminantes submetidos ao estresse térmico pelo calor indicaram que a adição de cromo quelatado, por meio do suplemento mineral, abrandou os efeitos nocivos deste tipo de estresse e até aumentou a fertilidade de vacas submetidas ao IATF, nestas condições térmicas.

Árvores que geram sombreamento no pasto ajudam muito. Se por acaso seu pasto seja desprovido de árvores, é hora de plantá-las para não lamentar novamente em futuras ondas bravas de calor, que por certo virão.

Água limpa e disponível ajuda aliviar o calorão.

Mande sua notícia da presença de focos ou surtos recentes dos mais variados tipos de doenças em gado de corte para o seguinte email: ortolani@usp.br

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