RADAR SANITÁRIO | Frigoríficos do MS taxam desigualmente por tratamento de cisticercose

CONFIRA o que está no 'Radar Sanitário' em setembro; coluna do médico veterinário e professor Enrico Ortolani trata das rotinas no manejo dos rebanhos de corte

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Por Enrico Ortolani – Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP (ortolani@usp.br)

CISTICERCOSE BOVINA EM FAZENDAS DO MS E DE SP


Segundo informações recebidas e checadas, casos de cisticercose bovina foram detectados em bovinos abatidos de duas grandes fazendas no MS e em SP. No MS, o problema foi descrito num confinamento de um produtor que compra um pouco mais da metade dos bovinos que engorda. Cerca de 500 carcaças de animais, no decorrer de 2023, tiveram que ser tratadas no frigorífico após o achado de até sete cisticercos vivos ou calcificados/carcaça. Para esse tratamento os frigoríficos descontaram do cliente um certo valor (veja mais abaixo).

Coincidentemente, todos os bovinos que apresentaram o problema foram comprados de recriadores de diferentes regiões do MS. Segundo os técnicos que atendem este confinamento as condições higiênicas-sanitárias são das melhores, com o tratamento completo da água ofertada e produção de alimentos dentro dos protocolos de assepsia.

Agora os técnicos do MS estão checando as fazendas que venderam os bois magros, pois em muito casos eles bebem água em fontes contaminadas, tendo também os alimentos ofertados com presença de fezes humanas, muitas delas contendo ovos de Taenia saginata, que dão origem à cisticercose bovina.

Na região de São José do Rio Preto SP, o problema foi de menor monta, mas que culminou com a detecção de 2% dos animais abatidos com cisticercose. Depois de uma investigação apurou-se que um dos funcionários da propriedade estava com teníase, eliminando ovos pelas fezes, que contaminaram um canavial, que servia de volumoso para a boiada do confinamento.

A permanência destes ovos em locais sombreados (canavial) é bem longa e podem aí permanecer vivos e ativos por mais de 10 meses. Especula-se que na colheita da cana, com uso de máquina, possa ter vindo junto alguns ovos que contaminaram o alimento e resultaram na sua detecção no frigorífico.

O caso em questão está sendo combatido com um devido esclarecimento a todos os colaboradores para não defecar no meio ambiente, assim como pelo tratamento do funcionário com o vermífugo a base de praziquantel, que mata a tênia no homem!

 

Cisticerco vivo (1 cm) no musculo da bochecha (Masséter). Foto de Bruno S. de Moraes)

 

Cisticerco calcificado (1 cm) no músculo da bochecha (Masséter) (foto de Bruno S. de Moraes)

FRIGORÍFICOS DO MS TAXAM DESIGUALMENTE POR TRATAMENTO DE CISTICERCOSE

Segundo informações que recebi de pecuaristas e de técnicos, vários grandes e representativos frigoríficos do MS têm taxado de forma desigual o tratamento das carcaças de bovinos com presença de cisticercos.

Segundo a legislação vigente, o encontro de um ou mais (até sete) cisticercos vivos ou calcificados, após a retirada manual destes, as carcaças devem ser tratadas pelo frio (colocação em câmara especial, na temperatura de -10º C por 10 dias) ou pelo calor para a destruição dos referidos cisticercos.

Por uma questão técnica, operacional e econômica por parte dos frigoríficos, a esmagadora maioria destes têm optado pelo tratamento pelo frio.  Mas na realidade esses frigoríficos tem descontado do pecuarista 30% do valor da carcaça para tratamento de cisticercos calcificados (mortos), subindo para 50% caso sejam encontrados cisticercos vivos.

Acontece que nas duas condições o tratamento térmico é o mesmo, não justificando essa diferença de cobrança. Abrimos aqui, nesta coluna, um espaço para que os frigoríficos, ou quem os represente, e os dirigentes do RIISPOA-MAPA possam fazer seus esclarecimentos. Como dizia aquele antigo humorista: “Perguntar não ofende!”.

FOCOS E SURTOS RECENTES DE RAIVA BOVINA, PELO BRASIL AFORA

MG – Delfim Moreira; Morada Nova de Minas; Dores do Indaiá; Luz e Muzambinho

SP – Juquitiba e Miracatu

RS – Santa Maria; Dois Irmãos das Missões; Gravataí e São Francisco de Assis

Mande sua notícia da presença de focos ou surtos recentes dos mais variados tipos de doenças em gado de corte para o seguinte email: ortolani@usp.br

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