Boi gordo: semana com jeito de mercado ainda morno e com pressão de baixa

Feriado de Páscoa e menor poder de renda do brasileiro tendem a reduzir mais o consumo de carne bovina, afastando os frigoríficos das compras de boiadas, relatam as consultorias

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Nesta segunda-feira (25/3), prevaleceu a estabilidade nos preços do boi gordo na maioria das praças pecuárias brasileiras, apesar da continuidade da pressão de baixa, segundo apuração das consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

Pelos dados da Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, após recuo de R$ 5/@ para o boi “comum” na última sexta-feira, a semana começa apresentando estabilidade nas cotações da arroba.


Apesar dos compradores estarem menos ativos às segundas-feiras, parte da indústria frigorifica já retomou as negociações e está completando as suas escalas de abate, que hoje giram em torno de 10 dias.

Com isso, o boi gordo “comum” é negociado por R$ 225/@ em SP, enquanto a vaca gorda e novilha são vendidas por R$ 205/@ e R$ 220/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. O “boi-China” está cotado em R$ 235/@, com ágio de R$ 10/@ sobre o valor do animal “comum”.

Segundo levantamento da Agrifatto, o mercado físico do boi gordo seguiu sensível na última semana e os preços passaram por reajustes negativos na maior parte das regiões acompanhadas pela consultoria.

“A elevada oferta de animais continua sendo registrada e a indústria aproveita do momento para intensificar a pressão”, ressalta a Agrifatto, acrescentando que, na média brasileira, as escalas de abate encontravam-se em 10 dias úteis na última sexta-feira, sem mudança no comparativo semanal.

Na avaliação dos analistas da Agrifatto, a última semana de março/24 será marcada pela Semana Santa (feriado de Páscoa), período em que pode haver redução no consumo doméstico, devido às práticas religiosas realizadas por fiéis.

Mercado Pecuário | Até quando a oferta de animais vai seguir pressionando as cotações da arroba?

Além disso, diz a consultoria, a segunda quinzena do mês costuma ser o período em que a população encontra-se mais economicamente fragilizada, o que pode contribuir para a redução da demanda doméstica pela carne bovina.

Na B3, o mercado futuro do boi gordo ainda apresenta um certo pessimismo no curto prazo. “Nem mesmo a notícia de habilitações de novas plantas frigoríficas para a China foi capaz de aliviar a pressão negativa nos preços da arroba”, afirmam os analistas da Agrifatto.

Com isso, todos os contratos passaram por desvalorizações na semana passada, com destaque do vencimento para julho/24, que encerrou a sexta-feira em R$ 231/@, queda semanal de 1,5%.

Na abertura desta segunda-feira (25/3), os contratos passam por avanço, motivado pela nova portaria publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que passou a reconhecer 16 Estados e o Distrito Federal como livre de aftosa sem vacinação.

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O próximo passo é a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconhecer esses Estados internacionalmente, que exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa por, pelo menos, 12 meses.

“Após isso, o Brasil poderá alcançar mercados mais exigentes, como Coreia do Sul, Japão, EUA e países da União Europeia, o que traria maior demanda externa e favoreceria o setor”, antecipa a Agrifatto.

Giro pelas regiões – Segundo apurou a Agrifatto, na semana passada, o Estado que mais sofreu com a desvalorização nos preços o boi gordo foi Rondônia, que viu a cotação recuar 1,44% no comparativo semanal e fechar o período semanal em R$ 189,82/@.

Por sua vez, no Pará, foi registrado uma variação positiva de 0,51% e o boi gordo fechou o período em R$ 210,46/@.

No Mato Grosso, o Imea trouxe em seu último boletim que a utilização da capacidade frigorífica total atingiu índice de 75,09% em fevereiro, 47,76 pontos percentuais superior à taxa de fevereiro/23 e 26,94 pontos percentuais acima da média histórica – foi o maior patamar registrado para fevereiro e o segundo maior resultado desde o início da série histórica mensal.

“Isso reforça o crescimento da oferta de animais terminados pelo País, resultando em maior volume de abates, que vem sendo intensificado pela elevada quantidade de fêmeas destinadas para a produção de carne”, observa a Agrifatto, que completa: “A diferença de preço entre o boi gordo e a vaca gorda segue em níveis elevados, sinalizando que a fêmea está em um momento mais sensível do que o macho”.

Essa diferença, informa a Agrifatto, encontra-se atualmente em 10,05%, 2,09 pontos percentuais da média histórica.

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Varejo/atacado – Encaminhando para a última semana de março/24, a média da carcaça casada ficou em R$ 15,67/kg no mercado paulista, o que representou desvalorização semanal de 1,80%, segundo apurou a Agrifatto.

As entregas do atacado apresentaram desempenho fraco, conservado volume similar ao da semana anterior”, relata a consultoria, que acrescenta: “Um volume relevante de mercadorias acumuladas nos distribuidores e frigoríficos sem venda definida foi observado, além de devoluções e prorrogação de carregamentos de carne bovina”.

Esses fatores, afirmam os analistas, indicam expectativas menos otimistas por parte dos atacadistas e mais desdobramentos deverão ser observados no decorrer da semana. O dianteiro bovino foi o único a registrar valorização na última semana e apresentou alta de 0,44%, fechando o período em R$ 13,87/kg.

Já o traseiro se desvalorizou em 3,48% na média semanal, cotado a R$ 17,82/kg, informa a Agrifatto. “Esse movimento ocorre devido ao menor poder de compra da população, tradicional neste período do ano, que resulta em opções de cortes mais econômicos por parte do consumidor”, justifica a consultoria.

Porém, prevê a Agrifatto, a expectativa é que, com a entrada da primeira quinzena de maio/24, os preços dos cortes bovinos voltem a subir, estimulados pelo aumento da demanda, consequência do recebimento dos salários, o que teoricamente ativa a procura pela proteína vermelha, mais cara e, disparada, a predileta dos consumidores brasileiros.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (22/3):

São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;

Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias.

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