Com o objetivo de pressionar os preços dos animais terminados, os frigoríficos adotam a estratégia de negociações compassadas, relata nesta segunda-feira (18/3) a Agrifatto.
Porém, continua a consultoria, os pecuaristas resistem ao movimento de baixa e optam por vender apenas o necessário para cobrir as despesas básicas da atividade e equilibrar os custos de produção.
Ainda assim, diz a Agrifatto, as programações dos frigoríficos seguem sustentando dez dias úteis, na média nacional.
Hoje, segunda-feira, o preço médio do boi gordo em São Paulo se manteve estável em R$ 230/@, segundo a consultoria.
Nas demais regiões acompanhadas pela Agrifatto (ao todo, mais 16 praças), a média na cotação da arroba ficou em R$ 214,50. “Todas as 17 praças monitoradas conservaram as cotações inalteradas”, relata a consultoria.
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Atacado/varejo -Nos últimos dias, tanto as vendas de carne bovina nos balcões do varejo quanto as distribuições de carne com ossos do atacado enfrentaram desafios significativos, com desempenho variando entre razoável e fraco, informa a Agrifato.
“Mesmo diante da queda generalizada nos preços do atacado na semana passada, a comercialização dos produtos está enfrentando obstáculos durante a segunda metade do mês”, observam os analistas.
Por conta da redução do poder de compra dos consumidores em segundas quinzenas, apenas o dianteiro destinado ao consumo imediato está sendo procurado para reposição dos estoques do varejo nesta segunda-feira, relata Agrifato.
Os demais produtos, especialmente vaca, estão com excesso de ofertas e baixa liquidez, acrescenta a consultoria.
“Atualmente, há mercadorias estacionadas nos pontos de distribuição sem previsão de descarga, além de retornos parciais devido a problemas de qualidade e devoluções totais por outros motivos”, relata a Agrifatto.
Segundo a consultoria, diversos frigoríficos estão embarcando produtos sem venda definida como estratégia para liberar espaço nas câmaras frigoríficas.
Mercado futuro – Na B3, o volume de contratos em aberto do boi gordo avançou fortemente e as cotações tiveram um ânimo após as habilitações para envios de carne bovina a China.
Segundo a Agrifatto, o destaque foi o vencimento para julho/24, que teve alta diária de 1,7% e fechou a última sexta-feira (15/3) em R$ 234,50/@.
“Ainda assim, os contratos mais líquidos (março, abril, maio e outubro) acabaram fechando a semana com queda nas cotações, após o mercado entender que habilitações novas e volumosas não querem dizer automaticamente avanço de preços, principalmente pelo contexto que os embarques para a China têm vivido atualmente”, relatam os analistas da Agrifatto.
Abates recordes – Na última quinta-feira (14), o IBGE divulgou os dados completos do abate de bovinos no Brasil no quarto trimestre de 2023. O acumulado de 2023 ficou em 34,06 milhões de cabeças abatidas no Brasil, o maior montante desde 2013, observa a Agrifatto.
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“Com esses dados, a participação de fêmeas sobre o total de bovinos abatidos no Brasil atingiu 41,6% em 2023, o maior resultado desde 2019 e 2,35 pontos percentuais acima da média de participação dos últimos 15 anos”, informa a Agrifatto, que completa: “Esses números reforçam o argumento de que estamos vivendo a fase de descarte de fêmeas do ciclo pecuário (baixa de preços) e a visão atual é de que continuará assim em 2024, mas que deve começar a sofrer as primeiras consequências desses números em 2025”.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na segunda-feira (18/3):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de doze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias.