Sugestões para tempos difíceis

Autor ressalta papel da análise foliar para melhorar a adubação do café em tempos de preços baixos

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É sabido, é público, é notório que nós da cafeicultura estamos passando por um período de preços muito baixos, preços esses feitos lá fora, ao sabor de jovens especuladores ávidos por ganhos momentâneos, estando atualmente perto do limite que nos leve a bancarrota. Esse fato já ocorreu em tempos passados, deixando fortes marcas por todo lado.

A nós, produtores, sobra apenas respeitar e vivenciar o velho ditado: medir, medir, medir, para produzir economicamente sem poluir, sem destruir, sem causar danos irreversíveis. Essa tarefa não é nada fácil, mas faz parte do sucesso. Outro axioma que deve ser levado em conta: “Quem não mede, não controla”.


Duas ferramentas importantes para atender ao ditado acima são a análise do solo e a análise das folhas do cafeeiro. Nos principais laboratórios de análises, cerca de 70% a 75% das amostras analisadas são de solo e apenas 25% a 30% são de folhas. Fico imaginando se os médicos se baseassem mais nos resultados das amostras de fezes do que nas de sangue para orientar seus pacientes. Como toda solução nasce sob pressão, é hora de valorizarmos mais as análises de folhas visando a orientar melhor as adubações, tanto de solo como as foliares, aumentando a produção e reduzindo custos, conseguindo nada mais que produtividade econômica.

Outra particularidade a ser implementada é observar as relações entre nutrientes tanto nas análises de solo como nas de folhas. O professor Malavolta nos orientou deixando as seguintes relações principais (8) para solo: P/Mn, P/Zn, K/Ca, K/Mg, K/Mn, Ca/Mg Ca/Mn e Fe/Mn e as seguintes (13) para as análises de folhas: N/P, N/K, N/S, N/B, N/Cu, P/Mg, P/Zn, K/Ca, K/Mg, K/Mn, Ca/Mg, Ca/Mn e Fe/Mn. Cada uma dessas relações tem sua justificativa. São as seguintes:

Solo
P/Mn – excesso de Fósforo diminui a absorção do Manganês.
P/Zn – excesso de Fósforo na adubação ou no solo causa deficiência de Zinco.
K/Ca – excesso de Potássio no solo ou na adubação bloqueia a absorção do Cálcio.
K/Mn – muito Potássio causa diminuição do Manganês.
Ca/Mg – embora essencial para a absorção de todos os elementos, em excesso do Cálcio causa diminuição na absorção do Potássio, Magnésio e Alumínio tóxico.
Ca/Mn – ver Cálcio e Magnésio.
Fe/Mn – Excesso de Ferro nos solos ácidos ou inundados pode causar deficiência de Manganês e vice-versa.

Folhas
N/P – o nitrogênio como purina ou pirimidina (bases nitrogenadas) e fósforo como ácido fosfórico, em proporções fixas nos ácidos nucleicos (dna e rna).
N/K – Nitrogênio e Potássio estão juntos em vários processos relacionados com vegetação e crescimento. Sem Nitrogênio, o Potássio não funciona e vice-versa.
N/S – as proteínas são compostas de unidades chamadas aminoácidos. Alguns aminoácidos como a Cisteina, Cistina, Metionina, Taurina, contém Enxofre. Todas as proteínas possuem aminoácidos sulfurados. Todos os aminoácidos contém Nitrogênio, daí existir uma proporção determinada entre o N e o S.
N/B e N/Cu – o aumento na absorção do Nitrogênio provoca maior crescimento o que pode acarretar diluição na concentração N/B e N/Cu, consequentemente aumentam as relações N/B e N/Cu.
P/Mg – o Magnésio é indispensável para absorção do Fósforo. Nas reações em que há armazenamento ou transferência de energia contida em compostos de Fósforo há sempre participação do Magnésio.
P/Cu. P/Fe, P/Mn, P/Zn – excesso de Fósforo provoca deficiência de Cobre, Ferro, Manganês e Zinco.
K/Ca, K/Mg, K/Mn – o Potássio pode inibir ao absorção do Cálcio, Magnésio e Manganês.
Ca/Mg e Ca/Mn – o Cálcio é responsável pela absorção do Magnésio e todos os demais elementos, entretanto, seu excesso causa diminuição na absorção de vários cátions, como o K, Mg, Alumínio tóxico.
Fe/Mn – Excesso de Ferro provoca diminuição na absorção do Manganês e excesso de Manganês causa diminuição na absorção do Ferro.

Os números absolutos nas análises são importantes, mas as relações entre eles são muito mais importantes. A tabela abaixo foi obtida num experimento planejado e capitaneado pelo Prof. Malavolta, instalado em fazenda no sul de Minas Gerais e em lavouras com produtividade média entre 30 e 40 sacas beneficiadas por hectare, sendo 4 de Mundo Novo, 4 de Catuaí e 3 de Bourbon. 44 amostras foram coletadas espaçadas a cada 2 meses, durante 7 anos.

Observar a variação estacional, principalmente do Magnésio e do Manganês, cujos teores nas folhas se elevam quanto mais próxima do inicio das floradas, enquanto os demais elementos se mantêm constantes. Esses dados nos levam a indicar o valor da análise de folhas cerca de 4 meses antes do início das floradas, o que permitirá eventual correção via foliar.

Um interessante programa de monitoramento das lavouras com análise foliar, nos leva a amostrar folhas cerca de 30 dias depois da primeira adubação de solo para ajustar a segunda, 30 dias depois da segunda para ajustar a terceira, e a de maio para definir a primeira do ano seguinte e ajustar, via foliar, os teores para o maior pegamento das floradas.

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