As exportações brasileiras de carne bovina bateram recorde em volume e arrecadação em 2018 e iniciaram 2019 com excelentes perspectivas, apresentando números superiores aos de janeiro do ano passado. Os embarques vêm crescendo em ritmo acelerado desde 2017, mesmo em meio aos escândalos envolvendo a cadeia produtiva. Em um deles, foram encontrados nódulos nas carcaças enviadas aos Estados Unidos, o que fez com que os americanos impusessem um embargo à carne bovina in natura do Brasil.
Embora a suspensão ainda continue, existe possibilidade de que o Brasil consiga retomar os embarques para os EUA nos próximos meses, como prevê o analista de mercado do Notícias do Front, Rodrigo Albuquerque. “A expectativa é amplamente positiva em função das tratativas que os agentes brasileiros vêm tendo com os americanos e a aproximação dos dois governos. É muito provável que um acordo aconteça em breve”, destacou.
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Um dos trunfos do Brasil é a alta competitividade da carne brasileira no exterior em relação ao dólar, fazendo com que a proteína produzida no Brasil seja a segunda mais barata do mundo para exportação. O preço só não é mais baixo do que o da Argentina, que não possui produção suficiente para atender toda a demanda de exportações.
“O Brasil tem preço e volume e isso nos dá um grande poder de barganha para alcançar novos países e retomar parcerias”, explica o analista. De acordo com a Scot Consultoria, a arroba brasileira em dólar ficou cotada em US$ 40,42, no dia 28 de janeiro. Já o preço em dólar da @ argentina ficou em US$ 39,70.
A competitividade da carne brasileira no exterior também leva o analista a afastar a possibilidade de um possível embargo da Arábia Saudita sobre a carne bovina, uma vez que o país descredenciou cinco frigoríficos de aves na última semana.
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Além dos EUA, outra importante retomada citada por Albuquerque é a reabilitação de novos frigoríficos para exportar carne para a Rússia. Os russos já chegaram a ser o quinto maior importador de carne bovina brasileira, mas em dezembro de 2017 o país impôs um embargo à importação de carne bovina e suína do Brasil, que só foi retirado em novembro do ano passado. Desde então, o país tem adquirido pequenos lotes. “Essa reabilitação deve colocar a Rússia de volta em uma posição de destaque entre os principais importadores de carne do Brasil”, prevê.
No fim do ano passado, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), divulgou a expectativa de que os embarques de carne bovina in natura do Brasil cresçam 10% em 2019, alcançando a marca de 1,8 bilhão de toneladas e US$ 7,2 bilhões.
Fonte: Portal DBO.