Fomentar as cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia, aliviar a pressão sobre a floresta e gerar renda para as populações locais. Este é o projeto “Mercados Verdes e Consumo Sustentável” da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com participação da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ).
A ideia é mesmo proteger as florestas, impedir a perda da biodiversidade e o aumento na emissão dos gases de efeito estufa. Tão importante quanto impedir a redução dos espaços vitais para povos e comunidades tradicionais. E finalmente, enquanto cria riqueza e aumenta a renda da população local, não permite prejuízos ao o ambiente.
São quatro os estados participantes: Acre, Amazonas, Pará e Amapá. E os produtos têm origem em organizações econômicas da agricultura familiar e dos povos e comunidades tradicionais na Amazônia, todos com práticas sustentáveis de produção. Com isso, a intenção é melhorar as políticas públicas para promover a comercialização desses produtos, ampliar o acesso aos mercados privados tanto dentro do país quanto no mercado e internacional. O açaí da Amazônia, por exemplo, já é exportado para a União Europeia, na forma de polpa de fruta, o que exige trabalho de processamento.
Nos quatro estados foram criadas câmaras de comercialização, e todos os envolvidos no projeto desenvolvem soluções para promover as cadeias produtivas. Elemento importante é apoiar a gestão nas cooperativas. Para isso, profissionais de serviços de assistência técnica e extensão rural já são treinados em métodos e instrumentos apropriados.
Os canais de comercialização
Ao mesmo tempo, acontecem campanhas para fortalecer a ideia de consumo consciente dos produtos da Amazônia. Prova disso é que já foram mapeadas na região 341 cooperativas e associações de pequenos agricultores e 121 empresas que são potenciais compradoras de produtos da Amazônia.
Os dados ajudam a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa a aproximar oferta e demanda, gerando aumento de renda aos agricultores. No ano passado, na maior feira de produtos orgânicos do mundo, a Biofach 2018, em Nürnberg, participaram nove cooperativas brasileiras, que realizaram mais de 200 contratos comerciais. Volume de negócios fechados e prospectados superior a R$ 7,7 milhões.
Também foram criadas câmaras estaduais de comercialização, para articulação de oferta e demanda de produtos da agricultura familiar, com prioridade em produtos da sociobiodiversidade e da agroecologia. Ali são discutidas a promoção comercial, que pode ser melhorada por meio de adaptação do marco regulatório e institucional, assim como por ações concretas. As três já instituídas são a Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos do Amazonas, em Manaus; a Câmara Estadual de Comercialização da Produção Familiar, em Rio Branco, no Acre; e o Colegiado de Comércio e Consumo Sustentável do Tapajós, em Santarém, no Pará.
Portal DBO com informações do Mapa