O mercado físico do boi gordo segue pressionado negativamente, embora, nos últimos dias, a tendência de queda na arroba tenha ficado menos intensa, relata a Agrifatto.
“As indústrias seguem pressionando os preços, no entanto, a efetividade dessa pressão está menor, já que os pecuaristas seguem buscando segurar o volume ofertado”, relata a consultoria.
Segundo apurou o engenheiro agrônomo Pedro Gonçalves, analista de mercado da Scot Consultoria, das principais praças pecuárias brasileiras, apenas São Paulo manteve estabilidade (nos preços da arroba) ao longo desta semana (R$ 230/@ para o boi comum e R$ 235/@ para o “boi China”).
Por sua vez, continua Gonçalves, as praças de Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Pará apresentaram quedas nas cotações no decorrer da semana.
Segundo levantamento da Scot, a ociosidade média dos frigoríficos no Brasil é de aproximadamente 20,6%, mostrando uma densa atividade de abate para o início do ano.
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De acordo com o analista da Scot, o indicador de abate do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) apresentou, até 29/2, um abate aproximado de 1,2 milhão de cabeças no Estado (maior rebanho nacional), com a participação de fêmeas em 53%.
Segundo apurou a S&P Global Commodity Insight, o mercado do boi gordo enfrenta uma dinâmica desafiadora, com os pecuaristas retendo gado para abate na tentativa de segurar os preços frente à grande oferta de vaca gorda.
“Essa estratégia tem impacto direto nas transações no mercado físico, com os frigoríficos demonstrando relutância em efetuar compras, dada a oferta expressiva e as escalas de abate consideradas confortáveis”, ressalta a S&P Global.
Com isso, acrescenta a consultoria, as negociações permanecem escassas, pressionando para baixo o preço da arroba em algumas praças pecuárias.
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Além dos desafios atuais do mercado, diz a S&P Global, os agentes do setor seguem de olho nas condições meteorológicas.
“Relatos de chuvas em boa parte do País contrastam com a previsão de uma nova onda de calor, enquanto o enfraquecimento do fenômeno El Niño traz incertezas sobre o clima futuro e seu impacto na produção agrícola e pecuária”, observa a S&P Global.
Diante desse cenário, os agentes do mercado estão atentos à oferta abundante de vaca gorda e às oscilações nos preços do boi gordo.
Exportações – No segmento de exportação, o Brasil registrou recorde para fevereiro comparado a todos os fevereiros, com 179,1 mil toneladas de carne bovina in natura exportadas, resultando num faturamento de US$ 810,8 milhões.
O preço pago pela tonelada segue na faixa dos US$ 4,5 mil. “Vale ressaltar as movimentações importantes para o começo do ano em relação à exportação, como a corrida para atender a cota estadunidense (segundo principal comprador da carne bovina até o momento) e os meses finais para o preenchimento da Cota Hilton de exportação para a União Europeia”, relata Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria.
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Até o momento, China/Hong Kong (51,3%), Estados Unidos (7,7%), Emirados Árabes Unidos (6,7%), Filipinas (4,0%) e Chile (3,1%) compõem os cinco principais compradores de carne bovina brasileira, observa Gonçalves.
Segundo o analista, a demanda internacional pela carne bovina brasileira deve seguir alta, trazendo bons volumes exportados, enquanto, no mercado interno, o consumo do período deve manter o escoamento baixo, com preços (do boi gordo) tendendo à estabilidade.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quinta-feira (7/3):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Rondônia — O boi vale R$200,00 a arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias.