A queda de 27,91% do Valor Adicionado Bruto (VAB) da Agropecuária do Rio Grande do Sul terá forte influência no recuo do PIB geral gaúcho neste ano, de 9,69%, segundo projeção da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Pelas estimativas da entidade, o setor foi o que mais influenciou na retração da economia estadual este ano, já que o PIB da Indústria encolheu 10,02% no acumulado do ano e o de Serviços, 5,82%.
A produção de grãos do Estado em 2020 foi 23,7% menor do que em 2019, em boa medida em virtude da redução da safra de soja em 39% e da de milho em 26,7%.
No caso do Brasil, o PIB da Agropecuária deste ano deve ser 1,89% superior ao de 2019, pelas estimativas da Farsul, e atenuar os recuos de outros setores, como o de 4,16% do PIB da Indústria e de 5,07% do de Serviços.
Para 2021, a perspectiva da Farsul tanto para o PIB gaúcho como para o brasileiro são, por ora, mais otimistas. A federação espera um incremento de 40,06% no PIB da Agropecuária do Rio Grande do Sul, bem acima dos aumentos de 8,84% e 3,87% projetados para os setores de Indústria e Serviços, respectivamente. A Farsul projeta aumento de 75,8% da produção de soja em 2021, de 15,3% da de trigo e 16,7% de feijão. Os ganhos com o milho também devem contribuir para o resultado, já que, com a provável escassez do cereal no Estado no ano que vem, os preços do produto devem seguir sustentados.
“Teremos de trazer o produto de outras regiões para cá, isso tem um custo logístico elevado que baliza o preço interno (no Estado), então é bem provável que teremos bons preços de milho em 2021, com maior variação do que soja, trigo e outros produtos”, explicou o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, no evento de balanço de 2020 e perspectivas para 2021.
Em âmbito nacional, a Farsul projeta um aumento de 2,54% do PIB da Agropecuária em 2021, mais tímido do que os avanços de 4,12% e 3,16% dos PIBs da Indústria e de Serviços. Para o PIB do País no ano que vem, a estimativa da federação é de aumento de 3,51%.
“Deveremos continuar a trajetória de crescimento do agro no Brasil, neste próximo ano, fortalecida pelo alto grau de investimentos. No Rio Grande do Sul o tom é de recuperação e nada mais”, informa a Farsul em relatório.