Considerado uma praga para outras culturas, o nematoide ganhou o título de protetor das plantações de pínus no Brasil. A espécie Deladenus siricidicola foi reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ( Mapa) como agente de controle biológico da vespa-da-madeira após seis anos de processo de registro. “Isso garante ao usuário que o produto atende aos critérios estabelecidos em leis e à regulamentação específica de cada órgão envolvido”, observa a pesquisadora Susete Chiarello Penteado, da Embrapa Florestas.
A Embrapa foi a responsável pelo pedido de registro do produto, desenvolvido a partir de pesquisas realizadas em seus laboratórios numa parceria público-privada com o Funcema (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais). O controle biológico ocorre porque o nematoide em questão parasita as larvas da vespa, tornando-as estéreis e reduzindo a população na área onde ocorre o plantio de pínus. Até o momento, 46 empresas florestais já receberam o Nematec, nome comercial do produto, totalizando 915 doses do produto. A estimativa da Embrapa é de que, até agosto deste ano, cerca de 6 mil doses sejam distribuídas.
Atualmente, a vespa-da-madeira está presente em cerca de 80% dos plantios de pínus no país, com áreas atingidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, ou seja, em cerca de 1,4 milhões de ha, dos quase 1,7 milhão de ha plantados no país. O sucesso deste programa faz com que a praga esteja sob controle e evite um prejuízo de cerca de U$ 25 milhões anuais ao setor de base florestal”, explica o Chefe-geral da Embrapa Florestas, Edson Tadeu Iede.