Diante da expressiva desvalorização do preço do leite pago ao produtor no Rio Grande do Sul, produtores e indústrias têm defendido medidas para equilibrar o mercado na região, dentre elas compras governamentais da matérias prima.
Segundo Alexandre Guerra, presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado (Conseleite/RS), o setor está em negociações avançadas para uma primeira venda de 30 mil toneladas ao governo local. “Os preços ao consumidor chegaram ao fundo do poço. Não há espaço para cair mais”, afirma.
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O setor também vem pleiteando programas de escoamento de produção para retirar parte do leite do mercado gaúcho, o que poderia ser feito por meio do chamado Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP).
Segundo Marco Antônio Montoya, responsável pelo levantamento de preços do Conseleite, o indicador de preços no Estado apresentou em julho sua maior desvalorização mensal já registrada este ano, puxado pela queda do leite em pó (-2,21%), do UHT (-7,68%) e do queijo mussarela (-3,76%).
Além do consumo de leite e derivados, Montoya indica que também há redução na demanda de outros itens tradicionais na mesa do brasileiro e que levam leite em sua composição, como pizzas, chocolates e outros itens industrializados.
Com isso, o valor de referência médio anual corrigido pelo IPCA está 0,37% abaixo do registrado em 2018 – caminhando para primeira queda da série histórica. De acordo com o Conseleite, a desvalorização também reflete os preços elevados observados em julho de 2018 em decorrência da greve dos caminhoneiros.