Frutas perdem exportação por via aérea, mas seguem de navio

Volume exportado não é suficiente para aviões de carga, e ia nos porões dos aviões de passageiros, que estão parados pela quarentena

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Foto: Aziz Ary Neto/Cultura Creative/AFP

As exportações de frutas brasileiras pelo modal aéreo estão praticamente paradas. O volume exportado por via aérea não é suficiente para lotar um avião cargueiro, e ia principalmente nos porões dos aviões de passageiros, que estão em terra para cumprir a quarentena no mundo todo. Do total exportado, cerca de 10% das frutas viajavam pelo ar, principalmente mamões, figos e goiabas, e em menor volume, uvas e mangas.

Foi o que informou o gerente técnico e de projetos da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge de Souza, sobre as exportações durante a pandemia.


Segundo Souza, a demanda continua existindo e o fluxo dos embarques por via marítima está próximo da normalidade. Frutas como limões, uvas e mangas e melões seguem viagem de navio, apenas com um tempo de trânsito um pouco maior.

“Na média, a demanda permaneceu inalterada de maneira geral para todos os destinos. O que aconteceu foi que o trânsito, a logística, ficou um pouco prejudicada, pelas dificuldades das linhas marítimas. O tempo normal que era de cerca de 28 dias para o Oriente Médio agora está entre 35 e 38 dias, o que preocupa um pouco em termos de qualidade”, disse.

Souza afirmou que alguns locais como Dubai, por exemplo, são pontos de distribuição por via terrestre para países vizinhos. “Mandamos a fruta para Dubai de navio e o trânsito terrestre para outros países ficou mais demorado também porque tem toda a questão de higienização e cuidado com os funcionários, mas como um resultado geral, comparando com outros setores da economia, eu diria que a fruticultura foi muito pouco afetada”, avaliou.

Dados

Jorge de Souza quer aumentar em cinco vezes o volume exportado aos árabes

No primeiro trimestre, o Brasil exportou mais de 234 mil toneladas de frutas, queda de 2% se comparado ao volume do mesmo período do ano anterior. Apesar da redução, algumas frutas apresentaram crescimento significativo, como abacates (126%), maçãs (56%) e limões (46%).

Em receita, as exportações totais somaram US$ 183 milhões, valor 8% menor em comparação aos três primeiros meses de 2019. Entre as principais frutas exportadas, houve queda no embarque de laranjas (58%), uvas (44%), mangas (23%) e melões (8%). Os dados são da Abrafrutas.

“Houve uma redução de volume e valor, caiu um pouco, mas foi por questões mercadológicas, de concorrentes, de condições climáticas – quando fica mais frio, diminui um pouco o consumo. No segundo trimestre conseguiremos avaliar melhor o impacto, mas a demanda continua, as pessoas querem continuar comendo frutas, como tem o aspecto da saúde, das vitaminas, muito importantes nesse momento”, declarou.

Souza afirmou que o novo coronavírus não está sendo uma questão seríssima no setor fruticultor, mas que há uma grande preocupação quanto à saúde do trabalhador rural.

“A exportação depende daquela fruta ser colhida, se tivermos uma questão [de contágio] muito grave no campo, aí podemos ter problema para o mundo todo e para os árabes também. Nas fazendas estamos tomando muito cuidado, no transporte com ônibus higienizados e desinfectados, com lotação de 50%, no campo estamos mantendo o distanciamento e procedimentos de higiene. Estamos tomando os cuidados necessários para isso não acontecer”, disse.

Árabes

A Abrafrutas quer aumentar as exportações para os países árabes, que hoje representam apenas 1% do total exportado. Para o início de 2022, Souza quer que esse mercado represente 5% do total dos embarques de frutas, ou seja, um crescimento de cinco vezes do volume atual. “Quando se exporta muito pouco para uma região, o primeiro crescimento acaba sendo um pouco mais rápido, principalmente em produtos que o Brasil tem muita competência”, declarou. As frutas mais vendidas aos árabes são melão, melancia sem semente e uva de mesa. Em menor volume, mamão papaia, limão taiti, manga e maçã.

“Consideramos fundamental crescermos para o mundo árabe, é estratégico para o setor. São países populosos com renda per capita em alguns casos até maior que a do Brasil, e consumidores que valorizam o comer bem, o detalhe do sabor. Na culinária árabe é tudo muito saboroso, fresco e limpo, e a fruta se encaixa perfeitamente nesse tipo de alimentação”, avaliou.

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