Preocupados com o ritmo do escoamento da carne bovina no mercado doméstico e a dificuldade de mitigar totalmente o repasse de custo, os frigoríficos brasileiros reduziram a capacidade de abate diário. Dessa maneira, informa a IHS Markit, embora a oferta de gado gordo continue bastante enxuta, as indústrias conseguiram trabalhar com escalas de abate relativamente confortáveis, preenchidas também com lotes oriundos de confinamentos próprios e negócios a termo.
“A ponta compradora alega que o consumo doméstico de carnes ainda não mostrou a típica pujança de final de ano e, paralelamente, as vendas externas já não demonstram a mesma intensidade vista nos meses anteriores”, observa a IHS Markit.
A consultoria afirma também que muitos pecuaristas optaram por liquidar seus lotes de boiadas prontas com o objetivo de fazer caixa. “Os elevados custos de nutrição animal e a chegada do clima chuvoso, que prejudica o manejo dos animais, também não permitem a retenção dos animais por um período longo”, diz a IHS.
Em relação às exportações, a IHS diz que os sinais de enfraquecimento nos embarques são motivados pelo efeito cambial (quedas recentes do dólar frente ao real) e pelo menor apetite da China, o principal importador da commodity brasileira.
Arroba em queda
Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, as escalas de abate foram levemente alongadas e atendem em média seis dias. Essa situação, relata a Scot, resultou em mais um dia de ajustes negativos nos preços da boiada gorda. Na comparação com terça-feira (8/12), as cotações da caíram R$ 3/@ nesta quarta-feira (9/12), para R$ 263, preço bruto e à vista. Os preços da vaca gorda e novilha gorda registraram retração diária ainda mais forte, de R$ 4/@, para R$ 248/@ e R$ 260/@, respectivamente (preço bruto e à vista), de acordo com dados da Scot Consultoria. Para os machos jovens de até trinta meses que atendem o mercado chinês, as ofertas também recuaram no dia de hoje, com negócios em torno de R$ 265/@, preço bruto e à vista.
Ainda segundo a Scot, na região sul de Goiás, a arroba do boi gordo caiu R$ 5 nesta quarta-feira, na comparação com o dia anterior, para R$ 260, considerando o preço bruto e à vista. Na mesma toada, as cotações da vaca e novilha gordas também recuaram para R$ 246/@ e R$ 250/@, respectivamente. “De maneira geral, as indústrias frigoríficas estão mais confortáveis em relação à escala de abate. Com isso, os testes de preços mais baixos estão mais frequentes”, ressalta a Scot.