O ano mais fabuloso para a produção de bovinos de corte só poderia encerrar com uma boa notícia: as exportações de carne em 2020 devem faturar US$ 8,53 bilhões. O valor é 11,8% superior ao de 2019, sobre 2,02 milhões de toneladas de carne embarcadas neste ano, o que deve representar 8,8% a mais sobre o ano passado. Os dados fazem parte das projeções da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), anunciados nesta manhã de sexta-feira (18/12).
A boa performance do ano aponta para mais um recorde no setor. Até então, os números de exportação, em 2019, eram os mais expressivos da história do comércio internacional da carne bovina brasileira. No ano passado, o Brasil faturou US$ 7,63 bilhões com a venda de 1,86 milhão de toneladas.
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Em relação ao futuro, o mercado exportador deve continuar demandado. “Para 2021 fizemos algumas projeções conservadoras. No entanto, o Brasil deve registrar um crescimento no próximo ano”, diz o médico veterinário Antonio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.
A estimativa é de que o País fature US$ 8,79 bilhões com o comércio de 2,14 milhões de toneladas de carne no próximo ano. O crescimento projetado é de 3% de faturamento na comparação com a estimativa de 2020, e de 6% sobre a quantidade. No mercado global de proteína, o comércio asiático continuará demandando cada vez mais a proteína bovina brasileira.
Fator China
Atualmente, o Brasil possui 35 unidades frigoríficas habilitadas à exportação para o gigante asiático. Para o ano que vem, mais 26 unidades estão prestes a ter a habilitação autorizada. O ritmo de maior abertura tem um porquê: uma maior demanda por parte dos chineses.
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“Essa foi a fala do próprio embaixador da China numa das visitas recentes que nós, da Abiec, fizemos ao país. Até 2027 eles dizem que vão precisar de 8 milhões de toneladas de carne. Então, a demanda está garantida”, diz Camardelli.
Mas, segundo o executivo, não há estimativas da fatia que o Brasil poderia abocanhar. No entanto, ele acredita que se o País continuar seguindo o atual modelo de trabalho pode disputar com força esse mercado. Mesmo diante de fortes concorrentes, como os Estados Unidos e a Austrália. Camardelli que o setor vem trabalhando para cumprir todos os protocolos de sanidade e requerimentos estipulados pelos chineses.
A conquista de mais espaço no gigante asiático será um dos grandes trabalhos da Abiec daqui para frente, juntamente com o apoio do governo federal. Um dos projetos da entidade é fincar os pés em território chinês, com a abertura de um escritório em Pequim. O plano inicial era para este ano, mas a pandemia adiou o feito e ainda não há uma nova data para essa agenda.
Destinos
Entre os clientes asiáticos, considerando os dados consolidados de janeiro até novembro, a China responde por uma enorme parcela das exportação, de 42,3% do total vendido. O segundo maior destino foi outro asiático: Hong Kong, que é um território autônomo da China e que envia a grande parte de suas compras ao país. Hong Kong absorveu 290,3 mil toneladas, 15,73% da carne bovina nacional. O terceiro maior mercado foi o Egito, com 6,63% (122,4 mil toneladas), seguido pela União Europeia com 4,83% (89,2 mil toneladas).