O bloqueio de estradas causado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho tem impedido o escoamento da produção de leite do município. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), os pecuaristas que não foram atingidos pela lama estão ilhados e sem acesso a água potável. Pelo menos três vias estão intransitáveis, elevando a distância percorrida até a capital do Estado, Belo Horizonte, de 6 km para 140 km.
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“Não tenho como ir para roça trabalhar. Deixei de vender porque não tenho acesso à minha propriedade. Prejuízo é por dia. Já chega a uns R$ 60 mil e vai aumentar.”, afirma um dos produtores que participou da reunião organizada pela Faemg no início desta semana. O encontro buscou analisar as necessidades emergenciais da agropecuária local. Segundo dados do IBGE, Brumadinho teve uma produção anual de 7,2 milhões de litros de leite em 2017 (dado mais atualizado), a um valor de R$ 7,9 milhões.
“Com a estrada bloqueada, mesmo quem não sofreu diretamente com a lama não tem conseguido escoar a produção. Então tem havido prejuízo com frutas, verduras, leite, entre outras culturas”, explica Roberto Simões, presidente da Faemg. Segundo dados do IBGE, Brumadinho teve uma produção anual de 7,2 milhões de litros de leite em 2017 (dado mais atualizado), a um valor de R$ 7,9 milhões. No caso de hortaliças, Brumadinho destina R$ 17 milhões de reais por ano em produtos para a Ceasa-MG.
Em entrevista ao Portal DBO, Simões ressaltou que a entidade tem feito um levantamento com mas vítimas para analisar as prioridades de atendimento. Além da desobstrução de estradas e do abastecimento de água, a Faemg, juntamente com a Emater, está avaliando a condição de endividamento dos produtores e soluções para financiamentos e recursos imediatos de emergência.
As demandas foram apresentadas hoje à Vale durante reunião na sede da Federação. Segundo a Faemg, a empresa indicou que está comprometida com o fornecimento de caminhões pipas para os produtores ilhados e que está monitorando os cursos da água ao longo do rio Paraopeba. A empresa também está montando cercas para evitar que animais bebam a água contaminada.