Maior produtor e exportador mundial de café solúvel, o Brasil bateu recorde nos embarques dos produtos em 2020, totalizando 4,1 milhões de sacas de 60 quilos, o que representou avanço de 2,4% na comparação com 2019, ano do recorde anterior. As compras do produto feitas pelo bloco árabe, no entanto caíram 39%, totalizando 54.968 sacas de 60 quilos em 2020. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).
No total, o café solúvel brasileiro é exportado para mais de 120 países. A Arábia Saudita está entre os 20 principais destinos. Porém, em 2020 os sauditas compraram 33% menos produto do brasil. O país do Golfo compra, em sua maioria, o produto embalado.
“O mercado saudita já vem de décadas. E o país árabe sempre esteve entre os 20 e 25 principais compradores. Mas os volumes comprados costumam ter oscilação de um ano para o outro”, afirmou Aguinaldo Lima, diretor da Abics.
Para além da oscilação do mercado, há também o fato de que em 2019 houve um recorde. No ranking do bloco árabe, em segundo lugar estão Emirados Árabes Unidos, em seguida vem o Líbano, a Jordânia e a Tunísia. Desses, apenas a Tunísia teve um crescimento nas compras, totalizando 2.112 sacas de 60 quilos.
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No contexto global, a tendência é de que o consumo do produto cresça. Lima explica que os dados atuais indicam que 25% do café que é consumido no mundo é solúvel. O volume tem crescimento a uma taxa de 3% ao ano. Para se ter um comparativo, o consumo de café torrado e moído avança a uma taxa de 1% ao ano. No Brasil, a Abics indica que o aumento no consumo de solúvel é de 4,2% ao ano.
Em 2019, a Abics lançou uma marca para promoção mundial do produto, a Explore&Enjoy – Instant Coffee Brazil. Com a marca, uma das estratégias é fortalecer a imagem brasileira no exterior. “No mercado externo, nós já temos contatos com compradores e distribuidores. O Brasil é forte em vender café solúvel não embalado, então não trabalhamos tanto o marketing para o consumidor, mas sim para as indústrias”, explicou Lima. Algumas das tendências para as vendas internacionais são promover a procedência e a rastreabilidade desde a produção até o consumidor.