O mercado do boi gordo finaliza março/24 com pouca movimentação, influenciado sobretudo pelo feriado de sexta-feira Santa, período religioso marcado pelo baixo consumo de carne bovina no Brasil, prevalecendo a maior procura por peixe.
Segundo dados apurados pela S&P Global Commodity Insight, ao longo da última semana de março/24, os frigoríficos brasileiros adotaram uma postura cautelosa em relação às aquisições de animais para abate, ajustando as suas escalas de acordo com as demandas previstas.
Com isso, observa a S&P Global, a estabilidade nos preços do boi gordo predominou nas praças pesquisadas pela consultoria, com variações pontuais na arroba em algumas regiões.
As condições climáticas, especialmente a chuva, também exerceram influência sobre o mercado do boi gordo nesta última semana, acrescenta a S&P Global.
“As elevadas precipitações impactaram tanto a oferta de animais quanto a logística de transporte, afetando a movimentação e os prazos de entrega nos frigoríficos”, informa a consultoria.
No entanto, continuam os analistas, as chuvas foram bem recebidas pelos pecuaristas, pois garantiram a disponibilidade de pastagem e o bem-estar dos animais, contribuindo para a manutenção da oferta de boi gordo no mercado.
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Em síntese, diz a S&P Global, o mercado brasileiro do boi gordo apresentou uma semana de estabilidade e cautela, com a demanda moderada e uma oferta regular. “Os próximos dias serão marcados pela influência do feriado da Semana Santa e pela expectativa de consumo devido aos pagamentos do quinto dia útil do mês”, ressalta a consultoria em boletim divulgada nesta véspera de feriado nacional.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, o mercado do boi gordo operou com lentidão nesta quinta-feira (28/3) e as cotações se mantiveram estáveis para todas as categorias.
Com isso, o boi gordo paulista continua valendo R$ 225/@, enquanto a vaca gorda e a novilha são negociadas por R$ 205/@ e R$ 217/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente. O “boi-China” está cotado em R$ 235/@ (base SP), com ágio de R$ 10/@ sobre o animal gordo “comum”, acrescenta a Scot.
Na avaliação da Agrifatto, mesmo com os frigoríficos brasileiros pressionando os preços da arroba e comprando apenas o suficiente para sustentar as programações em dez abates na média nacional, nesta quarta-feira o mercado físico operou com os valores estáveis em todas as 17 regiões produtoras monitoradas.
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“Apesar da queda de 7% na arroba no acumulado de janeiro a março deste ano, as boas chuvas ocorridas no mês atual melhoraram significativamente as condições das pastagens naturais”, afirma a Agrifatto, que acrescenta: “Essa evolução tem proporcionado condição para a retenção do gado, fortalecido os pecuaristas na hora da negociação e contribuído para a manutenção dos preços praticamente estáveis há algumas semanas”.
Diante desse cenário, continua a Agrifatto, é razoável antecipar um aumento na oferta de boi terminado e um consequente crescimento dos abates a partir de junho/24 – portanto, em médio prazo.
Pelos dados da Agrifatto, nesta quinta-feira (28/3), o preço médio do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 225/@. Nas demais regiões 16 regiões monitoradas pela consultoria, a média subiu para R$ 214,70/@.
“Apenas uma das 17 praças acompanhadas passou por valorização da arroba”, observa a Agrifatto, citando o Estado do Pará. As outras 16 regiões mantiveram suas cotações estáveis.
Mercado futuro: Na B3, valorizações nos futuros de boi gordo voltaram a ocorrer e o volume de negócios avançaram nesta semana, informa a Agrifatto.
Na quarta-feira (27/3), diz a consultoria, os contratos futuros mantiveram a tendência de alta nos preços que havia começado na terça-feira. “Esse aumento pode ser resultado da estabilidade observada no mercado físico e da possível identificação de um “piso” nas cotações”, sugere a Agrifatto.
O contrato com vencimento para abril de 2024 fechou cotado em R$ 229,95/@, com leve valorização de 0,17% em relação ao dia anterior.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quinta-feira (28/3):
São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de dez dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias.