Brasil tira participação dos EUA no comércio mundial de milho e soja

A transferência de tecnologia e ocupação de terras abriram espaço para o avanço da produção de grãos em países concorrentes, diz reportagem norte-americana

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Reportagem publicada pelo portal norte-americano beefmagazine.com destaca a redução de participação dos EUA no comércio mundial de soja e milho nas últimas décadas, acrescentando que o Brasil têm contribuição importante neste processo de queda nos embarques norte-americanos das duas commodities.

Segundo o texto, os embarques de milho e soja dos EUA “estão em uma queda de longo prazo há 30 anos”. “Em 1994/95, os EUA detinham 82% das exportações mundiais de milho. Agora são 26%”, acrescenta. Por sua vez, considerando o mesmo intervalo de tempo, as exportações norte-americanas de soja caíram de 72% para 27%, enquanto as vendas de trigo sofreram redução de 30% para 9%.


“Só desde 2007, a participação do Brasil nas exportações de milho aumentou de 8% para 25,9% e a Ucrânia passou de 3% para 12%”, destaca a reportagem.

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Existe alguma maneira de recuperar essa participação de mercado?, indaga o norte-americano Richard Brock, autor do texto, da Brock Associates, que antecipa a resposta: “Muito difícil”.

A matéria aponta dois principais fatores que explicam a queda de participação dos grãos norte-americanos e a ascensão dos produtos brasileiros e de demais participantes do comércio global.

Em primeiro lugar, diz o texto, os EUA exportaram a tecnologia (de produção moderna de grão). “Há quinze anos, os avanços na tecnologia de sementes estavam principalmente disponíveis apenas para os agricultores dos EUA”, afirma.

Porém, continua,  empresas de sementes dominantes da tecnologia venderam o direito de fabricação a outras companhias multinacionais. “De repente, os agricultores de todo o mundo tiveram a oportunidade de comprar sementes e produtos químicos muito melhores do que antes”, observa o texto.

Um bom exemplo disso é o milho, que foi criado para revigorar em ambientes com menos água. “Países sem chuvas adequadas puderam produzir milho onde antes não era possível produzi-lo”.

Assim, os rendimentos aumentaram em áreas onde a tecnologia não estava disponível e, de uma hora para outra, muitos países puderam aumentar a produção de cereais, reforça o texto.

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Terras disponíveis – Segundo a reportagem, o outro fator que contribuiu para todo a transformação do comércio mundial foi a terra, especialmente no Brasil, onde os cereais com preços mais elevados puderam ser economicamente introduzidos na produção.

“A área plantada de milho e soja no Brasil aumentou acentuadamente”. Alguns outros países ao redor do mundo também puderam avançar as produções em terras que não eram adequadas à antiga linha genética. “Com isso, a nossa cota de mercado caiu drasticamente”, reforça o autor da reportagem.

O texto, porém, destaca o aumento da demanda interna por grãos no mercado norte-americano. “Felizmente, para os produtores de milho e soja (dos EUA), a procura interna tem sido forte”, diz o texto, que acrescenta: “Iremos tornar cada vez mais dependentes da procura interna à medida que a concorrência pelas exportações continue aumentando”.

Novas apostas – De acordo com a reportagem, os produtores norte-americanos terão de depender mais do etanol e do consumo de gado para produzir milho.

Por sua vez, no complexo soja, os produtores norte-americanos apostam fortemente no aumento do consumo proveniente do negócio de diesel renovável. “Para o bem deles, esperemos que estejam certos”, diz o autor.

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Segundo o analista, o mercado de diesel renovável tem potencial não apenas para ajudar os produtores de soja, mas também para favorecer a indústria pecuária dos EUA.

“A soja será esmagada para produzir óleo, o que significa que haverá abundância de farelo de soja disponível”, justifica, completando: “A longo prazo, seria uma oportunidade vantajosa para ambos os produtores e para a indústria pecuária, mas há sempre o perigo de contar com uma indústria como a principal fonte de procura”.

Se o negócio do diesel renovável não amadurecer até ao nível previsto por alguns, adianta o analista, o quadro da procura pela soja não será bom, uma vez que a concorrência nas exportações tende a continuar avançando.

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