A Bayer reuniu na tarde desta quarta-feira (27/1) os principais executivos das divisões de agronegócio, fármacos e saúde do consumidor para mostrar quais os critérios que devem nortear os passos da companhia no próximo período. A multinacional alemã, que completa 125 anos no Brasil e que faturou globalmente € 43,5 bilhões em 2019, tem o País como um de seus principais alvos.
No caso do agro, do total global, € 19,8 bilhões vieram de sua divisão Crop Science, com crescimento puxado pela América Latina. Os dados de 2020 devem sair nos próximos meses. “A pandemia ensinou ao mundo que é preciso parar”, disse Marc Reichardt, presidente do Grupo Bayer no Brasil. “A busca é por soluções conjuntas”. Para o executivo, este é o momento de “ampliar parcerias para entender as expectativas da sociedade”.
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Na divisão CropScience, muito do que a Bayer pretende está em um amplo guarda-chuvas da chamada Agenda do Carbono, ligada à busca por sustentabilidade nos processos produtivos. “Colocar a agricultura como modelo de sustentabilidade, indo além e avançar em novos modelos de negócio”, afirma a agrônoma Malu Nachreiner, presidente da divisão agrícola da multinacional.
Sem detalhar quanto de investimento em pesquisa estão sendo empregados no Brasil – o total global são € 2,3 bilhões –a empresa aposta em tecnologias escaláveis e de baixo custo para o produtor. O projeto mais recente é o início de um piloto de compra de carbono de propriedades rurais. De acordo com a companhia, 450 produtores de soja aderiram à iniciativa em apenas 15 dias. “Com o plantio da safra 2020/2021 terminado, já temos 80 mil análises realizadas”, afirma Eduardo Bastos, diretor de sustentabilidade da Bayer para América Latina. “Nosso compromisso é de 10 anos com os produtores.”
Mateus Barros, líder de Digital & Novos Modelos de Negócios, cargo criado recentemente na companhia para tratar de um amplo segmento, que vai de Carbono e OBP (Outcome Based Price), a inovação e pequenas propriedades, diz que a meta é ampliar a massa crítica de produtores integrados e validar as práticas agronômicas.
Para isso, um dos principais parceiros da companhia é a Embrapa, que já vem estudando e montando modelos matemáticos para a cadeia de carbono. Um dos exemplos é a metodologia para a Carne Carbono Neutro (CCN), a mais avançada e já apresentada pela instituição. Mas há outras cadeias, como a do arroz, soja e também a certificação de propriedades, independentemente da cultura produzida.
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