O Brasil é o quarto maior produtor global de algodão e o segundo maior exportador, posições que devem ser mantidas para o próximo período mesmo com queda de área plantada, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que nesta terça-feira (8/12) apresentou seu relatório anual sobre essa cadeia de produção da fibra.
“De cada 5 fardos no mundo, um é brasileiro”, afirma o atual presidente da entidade, o produtor mato-grossense Milton Garbugio que está encerrando o seu mandato, posto a ser ocupado a partir de janeiro por outro produtor, Júlio Cézar Busato, da Bahia.
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Segundo a Abrapa, a área cultivada deve recuar cerca de 15% na safra 2020/21, saindo de 1,6 milhão de hectares no ciclo encerrado para 1,4 milhão no atual. Isso porque houve atraso de semeadura em um dos principais Estados produtores, o Mato Grosso, e também porque a soja deve prevalecer sobre a fibra em termos de rentabilidade para o agricultor. Em setembro, a entidade estimava um recuo de 12%.
A estimativa é colher 2,4 milhões de toneladas, das quais metade já foi vendida antecipadamente. Na safra passada, a produção encostou em três milhões de toneladas, sendo 550 mil toneladas destinadas ao mercado interno e o restante foi exportado. “As exportações estão acontecendo durante todo o ano. Tivemos recorde histórico de exportação de algodão em novembro”, afirma Garbugio.
Os maiores clientes do Brasil estão na Ásia, especialmente China, Paquistão, Vietnã, entre outros. Na safra 2020/2020, embora a estimativa de produção seja menor, as exportações devem permanecer entre 2 milhões e 2,1 milhões de toneladas, garantidas pelos estoques de passagem.
Por conta dessa presença, a Abrapa anunciou a abertura de um escritório em Singapura. O plano é posicionar mais fortemente o Brasil como fornecedor global da fibra. “Nossos concorrentes, os americanos e australianos, já estão lá há muito tempo”, diz Busato. O investimento inicial da ação está orçado em R$ 5 milhões, destinados a trabalhos de promoção junto à embaixada brasileira.