O anúncio do aumento de R$0,10 no preço do litro do óleo diesel na noite de quarta-feira, 17 de abril, foi mais uma adversidade encontrada pelos caminhoneiros para uma possível greve. Após o pacote de medidas, que frustrou parte deles, a medida da Petrobras deixou a categoria dividida sobre uma provável paralisação.
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Segundo reportagem publicada na manhã desta quinta-feira no jornal Estado de São Paulo, um dos representantes dos caminhoneiros, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, diz que não tem outra alternativa a não ser decretar uma greve. “O governo pagou para ver. Agora só estamos vendo a data, mas será em menos de dez dias”, diz na matéria.
A reportagem também traz a fala do caminhoneiro Josué Rodrigues, um dos líderes na Região Norte, que também ameaça uma nova greve para o próximo mês caso o preço do diesel não seja congelado e o tabelamento do frete não seja respeitado. “Se não fizer valer o piso mínimo do frete, nós vamos parar, não tem jeito. Se não agir antes do dia 21 de maio vai ter uma paralisação sangrenta, pode ter certeza”, fala em mensagem enviada ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Ações do Ministério
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Na noite de ontem, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, receberam líderes dos movimentos de caminhoneiros autônomos para discutir medidas que podem ser tomadas pelo governo federal para melhorar as condições de trabalho da categoria e fazer com que o número de fretes seja ampliado.
Segundo o Ministério da Agricultura, o encontro também tratou do aumento dos preços do óleo diesel foi um dos assuntos tratados, assim como os preços mínimos e a tabela de frete, as formas de organização dos autônomos e as medidas para aumentar a segurança da categoria nas rodovias. A pasta ressalta que já iniciou as medidas prometidas esta semana, entre elas a construção de pontos de parada oficiais.
Segundo nota divulgada ontem, o primeiro ponto de parada será construído na cidade de Catalão, em Goiás, à beira da BR-050 – estrada de ligação de São Paulo e Paraná com os estados do Centro-Oeste. O comunicado não deu prazo para o início dos trabalhos. De acordo com o ministro da infraestrutura, está sendo discutido com o Tribunal de Contas da União (TCU) uma mudança nos contratos em vigor para que eles também incluam a exigência de construção dessas paradas.
“Ficou decidido que os dois ministros vão estudar medidas para serem propostas à categoria em novas reuniões, as primeiras logo depois da Semana Santa”, finaliza o comunicado.
ANTT publica avisos da audiência pública dos pisos mínimos de frete
No dia 8 de abril, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU), o aviso da Audiência Pública nº 2/2019. Segundo a ANTT, a audiência tem o objetivo de estabelecer regras gerais, metodologia e indicadores dos pisos mínimos para o quilômetro rodado por eixo carregado, instituídos pela Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas – PNPM-TRC.
De acordo com a Agência, o período para envio das contribuições será das 9 horas (horário de Brasília) vai até dia 24 de maio de 2019. Confira os locais onde acontecerão as sessões presenciais clicando aqui.