Os impactos no abastecimento de água para irrigação e dessedentação animal são a principal preocupação para a agropecuária dos municípios atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, interior de Minas Gerais, na última sexta-feira. De acordo com Leonardo Kalil, diretor administrativo da Emater-MG, a região atingida pela lama possuía pouca atividade pecuária, mas os impactos sobre o rio Paraopeba e seus afluentes podem prejudicar a produção local.
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“A massa [de lama] parou de avançar, mas a água está ficando turva. A gente acredita que ela vá atingir a qualidade da água, tornando-a imprópria para o uso”, explicou Kalil em entrevista ao Portal DBO. Segundo ele, a prioridade do governo estadual tem sido o atendimento às vítimas, mas um grupo de trabalho já foi formado para realizar o levantamento dos impactos causados pelo acidente.
“O objetivo é levantar essas informações para orientar órgãos estaduais, municipais e a própria Vale sobre quais ações realizar ao longo do trecho atingido do rio”, afirma o diretor da Emater. Cerca de 20 municípios, dos 42 que compõem a bacia do Paraopeba, podem ter seu abastecimento de água comprometido.
Kalil fala em “redução drástica” da qualidade da água devido ao “veranico” que atinge o Estado, com chuvas abaixo da média para o mês de janeiro. “Acreditamos que a lama já estabilizou. O que vai ter é redução drástica da qualidade da água do rio por conta da turbidez”, ressaltou. Segundo ele, as informações iniciais são de que os rejeitos liberados pelo rompimento da barragem sejam constituídos de sílica e restos de ferro, sem a presença de metais pesados.