As operações da JBS Austrália, subsidiária da gigante brasileira JBS — a maior processadora de carne do mundo –, ficaram paralisadas no fim de semana por um grande ataque cibernético a seus sistemas globais de tecnologia da informação.
A notícia foi publicada pelo portal australiano Beef Central e também em outros canais internacionais de informação.
Segundo o portal, a JBS Austrália cancelou os abates de bovinos e ovinos nesta segunda-feira, 31 de maio, em todas as plantas do país – localizadas em Queensland, Victoria, New South Wales e Tasmânia.
A JBS possui 47 instalações na Austrália e opera a maior rede de instalações de confinamento do país.
O CEO da JBS Austrália, Brent Eastwood, confirmou à Beef Central o ataque cibernético e o impacto imediato nas operações australianas da empresa. Ele não soube dizer quanto tempo a paralisação australiana poderia durar.
O portal Beef Central mencionou a hipótese de ocorrência de eventuais problemas semelhantes em operações da JBS pelo mundo, incluindo “a América do Norte e, “potencialmente, na América do Sul”, a partir desta segunda-feira.
“Segunda-feira é um feriado do Memorial Day nos EUA, o que pode ajudar as operações da empresa na América do Norte a ganhar algum tempo para encontrar soluções”, citou a Beef Central.
Procurada pelo Portal DBO, a assessoria de imprensa da brasileira JBS enviou, no início da noite desta segunda-feira, uma nota assinada por um representante da JBS USA, que é a responsável pelas operações da gigante de carne nos Estados Unidos e na Austrália.
A nota confirmou o ataque organizado de “hackers” aos sistemas de TI da companhia em território australiano e norte-americano. “A empresa tomou medidas imediatas, suspendendo todos os sistemas afetados, notificando as autoridades e ativando a rede global da empresa de profissionais de TI e especialistas terceirizados para resolver a situação”, afirmou.
No Brasil, a JBS não comentou oficialmente o assunto. Por meio de contato pelo Whatsapp com a DBO, a assessoria disse, em conversa não-oficial, que os ataques cibernéticos não interferiram nas operações da JBS na América do Sul (incluindo o Brasil).
Um consultor de TI disse ao Beef Central que a história sugere que grandes empresas costumam ser afetadas por ataques cibernéticos por uma semana ou mais, antes que as operações normais possam ser retomadas.
Embora a JBS Austrália ainda esteja avaliando o impacto dos danos e o que eles significam para o negócio da empresa, não há evidências, nesta fase, de que o ataque tenha sido motivado por ativismo animal ou ambiental, informa a Beef Central.
Nos últimos meses, tem havido uma sequência de ataques cibernéticos direcionados a grandes empresas de todos os tipos. Entre as empresas australianas e internacionais afetadas recentemente estão a gigante de logística Toll Holdings e a processadora de carne da Nova Zelândia AFFCo.
A JBS Australia disse que não podia especular sobre uma retomada das operações de processamento na Austrália, dizendo que a primeira prioridade era avaliar o impacto e a extensão do ataque.
No entanto, afirmou que as operações de processamento seriam impossíveis sem o acesso normal aos sistemas de TI e Internet.
Os processadores australianos de carne vermelha gastam enormes somas de dinheiro em segurança cibernética eletrônica. Empresas como Deloitte e EY são frequentemente usadas como consultores para tentar encontrar “rachaduras” nas redes de TI de algumas empresas, mas os ataques cibernéticos continuam sendo uma ameaça para as empresas (Com Beef Central e outros canais internacionais de informações).