Forrageiras para intensificar a pecuária e segurar a seca; ouça

Essa é a orientação da Embrapa, mas produtores devem ficar atentos à boa exploração das gramíneas a partir de planejamento e circunstâncias de uso

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Também na hora de escolher uma variedade de forragem é preciso ter em mente as características da planta, o ambiente onde ela será explorada e os objetivos da produção.

Quem orienta é a engenheira agrônoma e pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC, Embrapa de Campo Grande, MS), Liana Jank.

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Ela fez mestrado e doutorado na Universidade da Flórida (EUA) e quem desenvolveu as variedades de Panicum maximum apresentadas pela Embrapa ao mercado.

Liana Jank explica as benfeitorias e limitações da espécie, não eliminando seu uso associado a outros tipos de capim, como as braquiárias, em função da tropicalidade do País.

OUÇA  os comentários de Liana Jank

Outros pontos salientados pela pesquisadora são a necessidade do pecuarista conhecer bem sua propriedade e ter definido metas produtivas, ou seja, onde ele quer chegar com seu negócio, considerando equipe de campo e modelo e categorias trabalhadas.

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O fornecimento de capim na seca não pode sair da vista.

 

VEJA TAMBÉM | Trabalho de Liana Jank desenvolveu as principais espécies de capim Panicum lançadas no mercado

 

Variedades de Panicum maximum

Foto: Luís Armando Zago

1. A BRS Zuri foi lançada em 2014. Trata-se de uma cultivar muito produtiva. Tem altura um pouco menor que o capim mombaça, porte de médio a alto, e excelente qualidade nutricional.

Já é bastante plantada no Brasil e as pesquisas indicam 10% mais de produtividade que o Mombaça e 17% mais do que a cultivar Tanzânia, isso lá no Acre, no bioma Amazônia.

Ela deve ser manejada a uma altura de 80 cm e a saída dos animais em torno de 40 cm. Vale reforçar que é mais fácil de manejar do que o Mombaça, não forma tantos colmos e suas folhas são bem densas, proporcionando excelente ganho de peso e acabamento aos animais em regime intensivo.

 

Foto: Roberto Guimarães Jr.

2. A cultivar BRS Tamani é uma cultivar de porte baixo, chegando no máximo 90 cm. Visualmente é bastante parecida com o capim Massai pela estatura e folhas finas, apesar de um pouco mais largas. Seu grande diferencial é a beleza. “Um pasto com ela fica muito lindo”, reforça Liana Jank.

Tem excelente qualidade da folha. Por seu porte baixo está sendo grandemente utilizado na integração lavoura com pecuária (ILP) e com bastante sucesso.

Dá um bom acabamento, engorda de vacas prenhas e no desmame bezerros com tamanho corporal avantajado.

Em comparação a outras cultivares é indicada para fazer silagem e feno, assim como a Zuri. Porém, a Tamani tem folhas finas que secam mais fácil.

Embora não seja tão produtiva quanto a Massai, o ganho por animal é maior, em função da sua qualidade nutricional. Pela experiência de campo, vai bem para equídeos, ovinos e caprinos.

 

Foto: Embrapa

3. A BRS Quênia que foi lançada em 2017 é uma cultivar intermediária entre a Zuri e a Tamani. É mais alta do que a Tamani e mais baixa do que a Zuri.

Sua qualidade nutricional se destaca entre as demais e apresenta facilidade de manejo aliada à alta produtividade.

Sua semente é um pouco mais cara no mercado, mas “seus compradores estão muito satisfeitos e não a trocam por nenhuma outra cultivar”, segundo a pesquisadora. Assim como a Tamani, não é indicada para áreas que acumulam água. Nesse caso, a melhor variedade é a Zuri.

 

Braquiárias mais produtivas

Foto: Fausto Sobrinho/Embrapa

1. A BRS Integra foi lançada no ano passado. Ela é uma braquiária ruzizienses e, em comparação à original, é mais produtiva e produz muita semente, barateando seu custo.

Além disso, desseca bem. Em resumo, as mesmas qualidades da ruzizienses mas com maior produtividade e qualidade. É material muito interessante para ser usado na ILP.

 

Foto: Banco de imagens / Embrapa

2. A BRS Ipyporã é produto do cruzamento entre uma Braquiária ruzizienses e a Braquiária brizantha, embora seus pais não sejam de variedades conhecidas. São materiais inéditos. Ela tem qualidade da folha muito boa.

Talvez não produza tanto quanto uma brizantha ou arandu, por exemplo, mas sua qualidade é muito superior.

Isso significa dizer que o ganho de peso por área vai ser igual, mas o individual será superior. A outra grande vantagem é que ela é resistente a todas as cigarrinhas brasileiras, inclusive a Mahanarva, que ocorre muito em cana e outras culturas.

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