O ano de 2023 foi bastante desafiador para o setor leiteiro, a exemplo do que sinalizam os últimos meses de 2022.
A temporada começou com R$ 2,40 pagos por litro, em média, ao produtor; passou por R$ 2,86, em maio; e mergulhou em queda para R$ 2, em novembro, segundo o Cepea/USP. A baixa foi de 30%.
Ainda que ela tenha ocorrido paralelamente a uma baixa geral nos custos de produção, os produtores sentiram.
Continue depois da publicidade
Com o mercado interno pouco consumidor e a entrada de leite em pó proveniente do Mercosul como “nunca se tinha visto”, algo em torno de 10%, segundo Geraldo Borges, presidente da Abraleite, o cenário ficou muito adverso.
Mas segundo Marcelo Machado (foto), gerente técnico de pecuária de leite da dsm-firmenich, as adversidades foram mais sentidas pelos produtores menos atendidos pelas tecnologias de produtividade e gestão existentes. “Esses não conseguiram segurar suas margens”, explica.
OUÇA os comentários de Marcelo Machado
Para 2024, mesmo mensurando a força do “El Niño”, a empresa trabalha com otimismo. Um dos sinais vem do bom comportamento do PIB, em 2023, com crescimento de 3%, e da queda do desemprego de 7,7%, um patamar que não se registrava desde fevereiro de 2015, de acordo com números do IBGE. Mas será que basta?
Continue depois da publicidade
Como em várias outras atividades econômicas, as tecnologias em nutrição, saúde e manejo animal, além de agrícolas, por exemplo para a produção de silagem, têm trabalhado muito a favor dos produtores de leite. “É o conhecimento científico sendo aplicado para o bem das pessoas, em um alimento tão nobre”, afirma o executivo.
Para ele é fundamental para todo o setor produtivo de insumos esclarecer os benefícios e apoiar os criadores a mudarem de posição na pirâmide do leite. “É assim que produtos e serviços conseguem fazer a diferença e levar sucesso ao principal elo da cadeia”.
Ele destaca também os programas de qualidade do leite que, nos últimos 20 anos, incrementou sua abrangência em quase 50% da captação pelo país.
A dsm-firmenich possui o seu “Qualidade do Leite começa aqui”. Depois das dificuldades trazidas pela pandemia, a adesão volta a se expandir, assim como as parcerias com as cooperativas.