Neste 3º episódio da reportagem, as ações se referem a tudo aquilo que produtor pode fazer da porteira afora, ou seja, na comercialização e marketing do seu produto.
Aqui, ele lida com algo além do seu controle: os compradores da sua matéria-prima, no caso, o boi gordo. Trata-se do mercado futuro, do boi a termo, de nichos para carne de qualidade e a relação com a indústria.
Mais objetivamente, o assunto é obter o melhor preço, para que se possa minimizar os impactos de momentos como o atual, um ciclo de baixa, quando são esperadas margens bem mais estreitas ou, em algumas fazendas, até negativas. É desejável, portanto, que o pecuarista lance mão de algumas ferramentas.
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Quem orienta é Gabriel Santos Gonsalves, administrador de empresas especializado em gestão do agronegócio, além de sócio e consultor da Pecuarizze.
A primeira delas é o mercado futuro. E reforça que é preciso quebrar qualquer preconceito que possa existir sobre esse tipo de comercialização.
E a diferença entre essas operações basicamente reside no fato de que quando se parte para comercialização via contrato futuro, basicamente, acessa-se a corretora via web, mobile ou por meio de uma consultoria especializada para verificar o período de realização da compra do contrato em questão.
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Exemplificando, se o gado sairá do confinamento em outubro, pode-se optar por comprar contratos com vencimento no mesmo mês. E cada contrato que a Bolsa disponibiliza tem um vencimento específico.
O que se deve analisar é qual o preço negociado para o momento da venda e se ele cobre o custo de produção, com a devida margem de lucro.
Mas o especialista alerta que apesar desse tipo de comercialização “estar aí para todo mundo, de fácil acesso e prático, é indicado apenas para os produtores que tenham o mínimo de gestão aplicada”.
O conhecimento do valor da arroba produzida na fazenda é que permitirá alcançar o objetivo e garantir lucro na hora no travamento de preço e escapar das oscilações. Sem esse pressuposto, a operação se torna “especulativa”, incorrendo em riscos.