Pró Genética cresce como alternativa para o “touro ponta de boiada” e desponta nas pequenas e médias propriedades brasileiras
Por Carolina Rodrigues
Criado para ampliar a oferta de touros melhoradores para pequenos e médios produtores, o Pró Genética comercializou 6.000 animais em 2020, salto de 20% sobre os números de 2019. Sua contribuição para aumentar o espaço ocupado por animais de melhor genética no universo da reposição na monta natural – estimada em 400 mil animais/ano, num universo de 2 milhões de touros, com vida útil estimada em seis anos cada – ainda é modesta. Mas já representa 10% dos 60.000 tourinhos (15% da demanda) fornecidos pelos programas de melhoramento associados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e às associações de raça.
Gerente do programa – elaborado pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), em parceria com o governo de Minas Gerais, e lançado em fevereiro de 2006 –, Lauro Fraga lembra que até 2008 eram vendidos apenas 300 touros por ano e que a marca de 2.000 animais/ano só foi alcançada na década passada. “Era difícil convencer o pecuarista de que aquela era uma alternativa interessante para o seu negócio. Foi um trabalho de formiguinha, porque toda tecnologia precisa primeiro de um trabalho de conscientização. E touro é tecnologia”, define.
O programa está baseado na venda de touros registrados em pequenas feiras municipais e leilões promovidos por sindicatos rurais chancelados pela ABCZ. No acumulado de 15 anos, foram vendidos 30.356 touros em 23 Estados da federação (não participam Rio Grande do Sul, Piauí, Amapá e Roraima).