Estudos da Apta/Colina avaliam o impacto da técnica nas três fases de vida de bovinos Nelore. Os machos foram beneficiados, mas fêmeas são incógnita.
Por Denis Cardoso
Como numa partida de xadrez, pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), regional de Colina (SP), colocaram “todas as peças em jogo” para avaliar os efeitos (diretos e indiretos) do creep feeding sobre o desempenho dos animais Nelore, desde a cria até o pós-abate (qualidade de carcaça). Essa técnica sempre suscitou muitas dúvidas nos produtores, porque é difícil avaliar seu real impacto sobre uma atividade de ciclo longo como a pecuária de corte.
São comuns questionamentos do tipo: Os ganhos com creep na cria se mantêm nas fases seguintes? Há diferença entre machos e fêmeas? Quais os efeitos indiretos da técnica sobre as vacas em amamentação? As bezerras tratadas no creep emprenham mais cedo? Os machos dão melhores carcaças? Para responder essas perguntas, os “enxadristas” da Apta decidiram fazer um trabalho de fôlego, que terá quase três anos de duração (setembro de 2021 a abril de 2024) e abrangerá várias etapas produtivas.
VEJA TAMBÉM | Ganho no creep feeding pode cair pela metade se a recria também não for intensificada
O resultado dos “primeiros lances” desse xadrez zootécnico já estão disponíveis. Constatou-se, por exemplo, que o creep melhora o ganho de peso dos bezerros, mas tem pouco efeito sobre o desempenho das bezerras.