Ciclo virtuoso na IATF

Prenhez “do cedo” garante mais quilos de bezerro por vaca exposta. Veja como conseguir isso associando nutrição, genética, manejo e sanidade

Por Carolina Rodrigues

A necessidade de se elevar a produtividade da cria, aproveitando, inclusive, a atual onda de valorização do bezerro (ágios de até 45% em relação à @ de boi), tem estimulado o uso de tecnologias como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Mais de 16,3 milhões de protocolos foram comercializados em 2019, ante 13,2 milhões em 2018. O objetivo do produtor com essa tecnologia é obter mais quilos de bezerro por vaca exposta.

Segundo especialistas ouvidos por DBO, o segredo está na primeira IATF, que deve garantir mais de 50% de prenhez logo no início da estação de monta. Isso cria um ciclo virtuoso no sistema produtivo da fazenda: mais animais nascem em época de boa oferta forrageira (o que ajuda a mãe a produzir leite), sendo desmamados mais pesados; a recria se torna mais eficiente; antecipa-se a idade ao abate; reduz-se a lotação na seca, as vacas chegam mais gordas à próxima estação de monta e voltam a emprenhar mais rapidamente (veja figura abaixo).

Inseminar cedo gera também um ciclo virtuoso financeiro: com mais vacas prenhes no início da estação, o custo cai; a parição ocorre no melhor momento, gastando-se menos; a qualidade dos bezerros melhora; há maior possibilidade de trabalhar com precocinhas, o que eleva o número de matrizes em produção; produz-se mais bezerros, com melhor desempenho, obtendo-se mais lucro. Desencadear esse efeito “cascata” não é tarefa fácil, mas várias fazendas já conseguiram acertar seus processos, registrando índices de até 70% no primeiro protocolo.

Izaias Júnior, Coordenador
do Gerar

Segundo Izaias Claro Júnior, coordenador do Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho (Gerar), quem alcança esses resultados faz planejamento; tem protocolos reprodutivo, nutricional e sanitário ajustados a sua realidade; usa genética de qualidade, pratica manejo racional e tem equipe bem treinada.

De 2007 a 2019, os técnicos filiados ao Gerar realizaram 6,7 milhões de protocolos de IATFs. Somente no passado, foram 1,393 milhão, com taxa média de prenhez à primeira IATF de 40% nas fazendas Terc 1 (desempenho inferior) e de 65% nas Terc 3 (desempenho superior), uma diferença de 25 pontos percentuais. O grupo das propriedades eficientes, ao concentrar a prenhez no início da estação de monta, obteve um prêmio extra: mais quilos por bezerro desmamado.

Análise realizada pelo Gerar em 11.000 crias de fazendas goianas mostrou que até as fêmeas nascidas “no cedo” superam machos “do tarde”. Elas desmamam 36 kg mais pesadas do que eles (veja gráfico). Já a diferença dentro da categoria machos (animais do cedo x do tarde) é de 62 kg. Outro estudo apontou que 100% dos animais nascidos em setembro, por exemplo, chegam ao abate com até 2,5 anos de idade, enquanto os nascidos em dezembro morrem com 3 anos ou mais.

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Por Carolina Rodrigues

A necessidade de se elevar a produtividade da cria, aproveitando, inclusive, a atual onda de valorização do bezerro (ágios de até 45% em relação à @ de boi), tem estimulado o uso de tecnologias como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Mais de 16,3 milhões de protocolos foram comercializados em 2019, ante 13,2 milhões em 2018. O objetivo do produtor com essa tecnologia é obter mais quilos de bezerro por vaca exposta.

Segundo especialistas ouvidos por DBO, o segredo está na primeira IATF, que deve garantir mais de 50% de prenhez logo no início da estação de monta. Isso cria um ciclo virtuoso no sistema produtivo da fazenda: mais animais nascem em época de boa oferta forrageira (o que ajuda a mãe a produzir leite), sendo desmamados mais pesados; a recria se torna mais eficiente; antecipa-se a idade ao abate; reduz-se a lotação na seca, as vacas chegam mais gordas à próxima estação de monta e voltam a emprenhar mais rapidamente (veja figura abaixo).

Inseminar cedo gera também um ciclo virtuoso financeiro: com mais vacas prenhes no início da estação, o custo cai; a parição ocorre no melhor momento, gastando-se menos; a qualidade dos bezerros melhora; há maior possibilidade de trabalhar com precocinhas, o que eleva o número de matrizes em produção; produz-se mais bezerros, com melhor desempenho, obtendo-se mais lucro. Desencadear esse efeito “cascata” não é tarefa fácil, mas várias fazendas já conseguiram acertar seus processos, registrando índices de até 70% no primeiro protocolo.

Izaias Júnior, Coordenador
do Gerar

Segundo Izaias Claro Júnior, coordenador do Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho (Gerar), quem alcança esses resultados faz planejamento; tem protocolos reprodutivo, nutricional e sanitário ajustados a sua realidade; usa genética de qualidade, pratica manejo racional e tem equipe bem treinada.

De 2007 a 2019, os técnicos filiados ao Gerar realizaram 6,7 milhões de protocolos de IATFs. Somente no passado, foram 1,393 milhão, com taxa média de prenhez à primeira IATF de 40% nas fazendas Terc 1 (desempenho inferior) e de 65% nas Terc 3 (desempenho superior), uma diferença de 25 pontos percentuais. O grupo das propriedades eficientes, ao concentrar a prenhez no início da estação de monta, obteve um prêmio extra: mais quilos por bezerro desmamado.

Análise realizada pelo Gerar em 11.000 crias de fazendas goianas mostrou que até as fêmeas nascidas “no cedo” superam machos “do tarde”. Elas desmamam 36 kg mais pesadas do que eles (veja gráfico). Já a diferença dentro da categoria machos (animais do cedo x do tarde) é de 62 kg. Outro estudo apontou que 100% dos animais nascidos em setembro, por exemplo, chegam ao abate com até 2,5 anos de idade, enquanto os nascidos em dezembro morrem com 3 anos ou mais.

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