São muitas as oportunidades que o agronegócio brasileiro tem na conexão entre clima e biodiversidade; leia o artigo de José Carlos da Fonseca Júnior, cofacilitador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura
Por José Carlos da Fonseca Júnior – Cofacilitador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e diretor executivo da Ibá (Indústria Brasileira da Árvore), com assento no comitê diretor do The Forests Dialogue, no Advisory Committee on Sustainable Forest-based Industries, da FAO. Diplomata, foi embaixador do Brasil em diversos países.
O final de 2022 trouxe alguns movimentos importantes nos debates internacionais sobre mudanças climáticas e biodiversidade, os quais influenciarão a agropecuária brasileira, em 2023 e nos próximos anos. Influências que podem ser positivas para o produtor rural, se for dada a devida atenção a essas movimentações, mitigando riscos e aproveitando as oportunidades.
Em novembro, aconteceu a 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27), em Sharm el-Sheikh, no Egito, que teve como foco a aceleração da implementação do Acordo de Paris para conter o aumento da temperatura média do planeta.
Pela primeira vez, o documento final de uma COP do Clima fez menção às florestas e às soluções baseadas na natureza (SbNs), bem como a sua importância na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O texto reconhece, ainda, a necessidade de priorizar o combate à fome e atentar para a vulnerabilidade dos sistemas alimentares em face dos impactos do clima. Temas, portanto, que têm muito a ver com o setor agropecuário.