Investida da mosca-dos-estábulos nunca foi tão intensa ‒ e em ambientes tão diferentes ‒ como agora; CONFIRA o artigo do médico veterinário e professor Enrico Ortolani
Por Enrico Ortolani – Médico veterinário, professor titular da Clínica de Ruminantes da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, e colunista de DBO.
Reza a Bíblia que Moisés rogou 10 pragas ao Faraó, que não queria libertar o povo hebreu da escravidão. A quarta delas foi assim descrita: “Escureceu o ar e todos os homens e animais foram atacados por nuvens de moscas”. Não se sabe que alados eram aqueles, mas alguns entomologistas apostaram na mosca-dos-estábulos.
Coincidentemente, estudiosos indicaram que essa mosca se originou no norte da África e daí se espalhou pelo mundo. Tal inseto recebeu o nome científico de Stomoxys calcitrans. Por sinal, muito bem escolhido, pois stoma, em latim, significa boca; óxus, do grego, afiada; e calcitrans (latim, novamente), “que machuca”.
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Embora as Américas sejam um paraíso para as moscas, inclusive as que só vivem por aqui (a da bicheira e a do berne), tem-se como certo que a mosca-dos-estábulos não existia em nosso meio, até a chegada das primeiras caravelas que trouxeram bovinos. No Brasil, eles aportaram em 1534 na Capitania de São Vicente (São Paulo). De lá para cá, se espalharam lentamente pelo Brasil todo.