O professor titular da FMVZ-USP e colunista da DBO, Enrico Ortolani, detalha as alternativas disponíveis para diminuir a geração de metano dentro do rúmen
Por Enrico Ortolani – Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP (ortolani@usp.br)
No artigo anterior (Leia AQUI), falei sobre a ação dos gases de efeito-estufa – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (NO2) – na atmosfera, identificando que atividades humanas e agropecuárias geram esses gases.
Também detalhei os mecanismos responsáveis pela geração do metano no rúmen, em diferentes cenários nutricionais, destacando que esse gás, além de poluir, pode esvaziar um pouco a carteira do produtor. Agora, vou detalhar as alternativas disponíveis para diminuir a geração de metano dentro do rúmen.
Como comentado anteriormente, a suplementação do gado com alimentos energéticos diminui em até 20% a produção de metano. Porém, esse percentual pode ser aumentado quando se toma outras medidas. Comecemos pelo pasto. Mais de 75% do metano gerado pelos bovinos mundo afora vêm de gado ingerindo exclusivamente pastagens.
Capins tropicais são mais ricos em fibra e mais pobres em proteína e em açúcares solúveis, produzindo cerca de 10% a mais de metano do que os capins de clima temperado (por exemplo, o azevém e a aveia). Alguns estudos com nossos capins, contudo, indicam que, quando bem manejados e no período chuvoso, eles podem reduzir os teores de CH4 em 5% a 7%, quando comparados com as pastagens degradadas.