OUÇA 🎧 | Na gôndola de capim está o que você precisa

Conheça algumas variedades e, junto com um técnico de sua confiança, invista no que é melhor para sua fazenda e seu rebanho

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Brachiaria brizantha (Foto: Arquivo pessoal)

Qual produtor de carne bovina que nunca ouviu a máxima: o pecuarista é antes de tudo um bom agricultor de capim!

Ocorre que hoje há uma infinidade deles, a maioria desenvolvido por instituições de pesquisa e, outro tanto, por empresas idôneas. Muitas vezes o problema está na desnutrição do solo que se reflete na produtividade dos vegetais.

Foto: Arquivo pessoal

“Sem um solo não está saudável, não há variedade que resolva a debilidade nutricional do rebanho”, afirma Alexandre Campos Gonçalves, engenheiro agrônomo e sócio-diretor da Alecrim Consultoria. Para ele, ajeitar a terra já uma tarefa difícil e que vem antes.

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Mas se o bovinocultor já fez sua lição de casa, o próximo passo pode ser oferecer um capim mais adequado.

A dieta dos animais deve abranger uma quantidade ideal de fibras, proteína e energia para que o potencial genético se manifeste e a carne tenha as qualidades desejadas pelo consumidor.

OUÇA 🎧 os comentários de Alexandre Campos Gonçalves

Assim, os tipos de capim devem ser cuidadosamente escolhidos, levando-se em conta a produtividade do próprio pasto e, claro, o paladar e a necessidade do rebanho.

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Definida a forrageira, ainda é de extrema importância aplicar o manejo correto da pastagem, de modo que os animais tenham alimento nutritivo o ano todo.

Calcula-se que 95% da carne bovina brasileira seja produzida em regime de pastejo. Isso a torna competitiva no mercado internacional, já que o regime de pastagem reduz o custo de produção consideravelmente.

Logo, a escolha acertada do capim pode contribuir sobremaneira para que o sistema seja, de fato, eficiente.

Brachiaria brizantha cv Marandu na seca (Foto: Arquivo pessoal)

Os principais tipos de pastagens do país – Existem espécies de plantas que, por causa da sua palatabilidade e rusticidade, são mais utilizadas como pasto no Brasil. São elas:

Brachiaria decumbens é uma forrageira muito explorada no cerrado, em solos cuja acidez é alta e a fertilidade é baixa. É bastante resistente ao pastejo e pisoteio intenso.

• Capim-mombaça é um dos preferidos pelos bovinos, além de ser muito produtivo e se adaptar muito bem a diferentes condições climáticas. Contudo, é mais exigente pois necessita de solo fértil; logo, pelo maior custo de produção, é mais recomendado para áreas menores, com manejo.

• Capim-marandu também é conhecido como braquiarão. Há mais de 30 anos é o mais comercializado no Brasil, devido à sua adaptabilidade às diferentes condições climáticas e níveis de fertilidade do solo. A Embrapa desenvolveu híbridos superprodutivos dessa variedade.

Mais recomendados e suas particularidades – As braquiárias são, de longe, as mais exploradas no Brasil. Isso porque suas forrageiras são bastante flexíveis, adaptando-se bem aos diferentes climas e níveis de fertilidade do solo do país.

Suas raízes são profundas e vigorosas, boa alternativa em solos pouco férteis e apresentam maior tolerância ao frio e à seca.

É comum que se divida o pasto com mais de uma braquiária, de modo que uma compense um ponto negativo da outra. São elas: Brachiaria decubens e Brachiaria ruziziensis.

A Embrapa desenvolveu cultivares híbridas da espécie Brachiaria brizantha e Marandu, que são altamente produtivas, além de terem alta plasticidade e capacidade adaptativa. São elas: BRS Piatã, BRS Paiaguás e BRS Ipyporã.

Coloniões – Esses estão entre os que têm maior capacidade produtiva e alto valor nutritivo, suportando de quatro a cinco animais por hectare. Além disso, tem alta palatabilidade e, por produzir muitas folhas e poucos colmos, é o preferido dos bovinos.

Panicum maximum cv Tanzânia (Foto: Arquivo pessoal)

Mas para que a forrageira expresse todo o seu potencial nutritivo, o solo precisa ser consideravelmente fértil, o que pode acarretar maiores investimentos, dependendo da localização da sua propriedade. É preciso atentar ainda ao fato de que a sua taxa de rotação cai nos períodos secos.

São as variedades: capim-mombaça, capim-massai, capim-tanzânia, BRS Zuri e BRS Quênia.

Os BRS são variedades resultados de pesquisas da Embrapa, cultivares híbridas mais resistentes aos ataques de fungos e das cigarrinhas-das-pastagens. Ainda se adaptam melhor a solos encharcados e menos férteis.

Tiftons – Reúnem as forrageiras do gênero Cynodon, que são ainda mais produtivas do que os coloniões, resultando em boa produção de matéria seca, bom fornecimento de proteína bruta e boa digestibilidade. São excelentes para pastejo e produção de feno.

Os tiftons demonstram alta capacidade adaptativa, pois se dão bem em regiões quentes e são as espécies mais resistentes às geadas. Aceitam solos arenosos, argilosos ou mistos, desde que bem adubados, já que esses tipos de capins são exigentes nesse quesito.

Vale porém considerar que os tiftons não toleram solos encharcados nem ambientes sombreados. Outra desvantagem é que não se propagam por meio de sementes, exigindo plantio por meio de mudas. Cabe ao gestor ponderar a viável de sua produção.

São conhecidos como grama-bermuda ou capim-estrela, e as espécies e cultivares mais utilizadas são Cynodon dactylon, Cynodon nlemfuensis, Cynodon plectostachyus, Tifton 68 e Tifton 85.

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