A participação, em faturamento, da União Europeia (UE) e do Reino Unido nas exportações totais de carne bovina brasileira (in natura e industrializada) recuou de 11,7%, em 2014, para 6,9% nesta parcial de 2024 (até agosto), uma redução de quase 5 pontos percentuais, segundo dados divulgados pela Agrifatto, com base em informações oficiais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os dados confirmam a perda gradual de importância do bloco europeu nos embarques totais de carne bovina brasileira.
“Nos últimos 10 anos, a maior participação da União Europeia nas exportações brasileiras (de carne bovina) foi em 2015, com 6,8% (sem contabilizar o Reino Unido), e, nos últimos cinco anos, esse percentual não superou 4,10%”, destaca a Agrifatto.
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O Reino Unido, porém, atingiu sua maior participação em 2024 (parcial até agosto), superando 2% após 8 anos abaixo disso, completa a Agrifatto. Mesmo assim, tal resultado é inexpressivo, considerando a importância atual de outros compradores internacionais do produto brasileiro.
Hoje, o Brasil direciona em torno de 50% do total exportado de proteína vermelha ao mercado da China, mas, especialmente este ano, o País tem conseguido diminuir um pouco a dependência chinesa, expandindo para outros importantes mercados, como os Estados Unidos.
Na terça-feira (10/9), circulou a informação de que UE e o Reino Unido irão proibir os embarques brasileiros de carne bovina advinda do abate de fêmeas tratadas com estradiol em protocolos reprodutivos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo).
No acumulado de janeiro a agosto deste ano, os embarques de proteína bovina brasileira para UE e Reino Unido resultaram em receita de US$ 521 milhões. Em 2014, as vendas externas para ambos os países geraram faturamento total de US$ 742 milhões (no período de 12 meses); veja o histórico ao final deste texto.
Separadamente, nos primeiros oito meses de 2024, as exportações para a União Europeia geraram US$ 325,38 milhões (4,30% do total), enquanto as vendas ao Reino Unido somaram US$ 195,83 milhões (2,59% do total), detalha a Agrifatto.
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Segundo os analistas da Agrifatto, apesar da importância da notícia desta semana, o impacto imediato nas exportações brasileiras de carne não deve ser significativo, já que a participação das vacas sobre o total abatido tende a diminuir ao longo do segundo semestre do ano.
Em volume, participação é menor
No período de janeiro a agosto de 2024, as exportações brasileiras de carne bovina (in natura + industrializada) para a União Europeia e o Reino Unido somaram 42,96 mil toneladas e 63,26 mil toneladas, respectivamente, representando, ambos, 4,79% do volume total exportado pelo Brasil no ano passado, acrescenta a Agrifatto.
A União Europeia deu um prazo de 12 meses para que pecuaristas e indústrias brasileiras se adaptem, seguindo um cronograma dividido em quatro fases:
Fase 1 – Adaptação do sistema: 0 a 2 meses;
Fase 2 – Treinamento das certificadoras: 2 a 4 meses;
Fase 3 – Ciclo de certificação: 4 a 8 meses;
Fase 4 – Formação de lotes de animais nas propriedades certificadas: 8 a 12 meses
Receita obtida com as exportações de carne bovina brasileira (in natura + industralizada) para o Reino Unido e UE (em milhões/US$)
2024 (jan-ago) – 521 (part de 6,9%)
2023 – 675 (part de 6,7%)
2022 – 757 (part de 6%)
2021 – 634 (part de 7,3%)
2020 – 533 (part de 6,6%)
2019 – 560 (part de 7,9%)
2018 – 661 (part de 11%)
2017 – 640 (part de 11,5%)
2016 – 668 (part de 13,6%)
2015 – 711 (part de 13,5%)
2014 – 742 (part de 11,7%)
Fonte: Agrifatto/MDIC/Secex