Os chineses, que são responsáveis por mais de 50% das compras totais de carne brasileira, já estão aceitando negociar cargas de dianteiro bovino que serão embarcadas em outubro/24 por um preço 7% maior que pagavam no início de junho/24 – saindo dos US$ 4.250/toneladas para atingir US$ 4.550/toneladas no atual momento, informa a Agrifatto.
Segundo a consultoria, os importadores chineses estão querendo garantir o abastecimento no segundo semestre deste ano e, por isso, aceitam pagar um pouco mais pela carne bovina brasileira.
No entanto, em comparação aos preços de anos anteriores, a carne bovina do Brasil segue depreciada no mercado internacional.
Em julho/24 uma mínima de 44 meses foi renovada, destaca a Agrifatto. O preço médio da carne bovina in natura brasileira foi de US$ 4.409/t, 1,29% a menos que o registrado em junho/24 e o menor patamar dos últimos 44 meses.
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“A principal justificativa para atingirmos esse nível de preço está no excesso de produção que o Brasil irá produzir em 2024”, afirma a Agrifatto, acrescentado que a oferta de carne bovina deverá bater recorde histórico neste ano.
Além disso, diz a consultoria, os juros altos nos EUA e na Europa dificultam a liquidez e impactam nos valores que os importadores aceitam pagar pela proteína bovina.
No entanto, nos últimos meses, as quedas nos preços da carne bovina brasileira têm ficado cada vez mais tímidas. “A pressão dos compradores por preços mais baixos tem ficado cada vez menor”, reforça a Agrifatto.
Ocupação chinesa
Em julho/24, a China comprou 122,13 mil toneladas da proteína bovina brasileira, 33,60% acima do volume de junho/24 e a maior quantidade embarcado para o país asiático em 2024.
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“Foi o sexto maior volume adquirido pelos chineses durante um mês”, detalha a Agrifatto, lembrando que a máxima histórica (para a China) foi atingida em setembro/22, quando foram exportados 136,51 mil toneladas.
Segundo a consultoria, os chineses estão adquirindo grandes quantidades da proteína brasileira mesmo diante dos preços do boi gordo e da carne bovina no país atingindo os menores valores dos últimos 6 anos.
“A proteína bovina brasileira está barata”, reforça a Agrifatto, acrescentando que, em julho/24, a China pagou 1,1% a menos que o valor médio de venda para os “outros países”.