Urgente: procura-se carne para hambúrgueres nos EUA

Maior exportador mundial de carne bovina magra, Brasil é um dos mais capacitados para preencher essa lacuna no mercado norte-americano 

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Prejudicado pela forte seca nos últimos dois anos, o rebanho de gado de corte dos EUA encontra-se no menor nível em 73 anos (desde 1951). Como consequência disso, o país vem reduzindo fortemente os seus abates, sobretudo de vacas de descarte, produto essencial para a produção de “carne magra”, matéria-prima fundamental na composição de um dos alimentos mais desejados pelos norte-americanos: os hambúrgueres.

Não à toa, os Estado Unidos seguem elevando expressivamente as compras de proteína bovina do Brasil, um dos exportadores mundiais mais qualificados para fornecer, em grande quantidade, o ingrediente ideal para produção de hambúrguer – ou seja, a carne magra, oriunda do Nelore, a raça predominante no rebanho brasileiro.

Nos Estados Unidos, tecnicamente, as carcaças de gado alimentado no cocho são chamadas de “50s” (carne com mais gordura), que, por sua vez, são combinadas com carcaças de animais não-alimentados (vacas, touros de descarte, entre outras categorias), chamadas de “90s” (carne magra), criando essencialmente a carne moída “80/20” – a mistura necessária ideal para a produção de hambúrgueres em larga escala.

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Em artigo publicado pelo portal norte-americano beefmagazine.com, a pesquisadora Hannah Baker, da Universidade da Flórida (UF), diz que “o declínio constante no abate de gado não-alimentado (“90s”), combinada com a produção de carcaças mais pesadas de gado alimentado (“50s”), causou um sério desequilíbrio no mercado norte-americano de carne moída”.

Como resultado disso, os preços no atacado de cortes de carne magra subiram para níveis recordes, puxados pela escassez de oferta interna deste tipo de produto.

No atacado norte-americano, a carcaça do tipo “90s” está custando atualmente US$ 375,20/cwt, um aumento de 47% desde janeiro/24 e avanço de 27% em relação ao valor de igual período do ano passado, informa a pesquisadora Hannah Baker.

Segundo o seu artigo, a intensificação na procura pela carne bovina magra também fez disparar os preços dos animais de descarte em todo o país. Em junho/24, a vaca destinadas à produção de carne magra atingiu um preço médio de US$ 129,11/cwt, acréscimo de 90% em relação ao valor médio de 2018-2022.

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De acordo com relatório mais recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o abate norte-americano de bovinos totalizou 2,4 milhões de cabeças em junho/24, uma queda de 12% em relação ao mesmo mês de 2023.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, o abate total de bovinos foi 4% abaixo  do resultado alcançado em igual período do ano passado. Isoladamente, nos primeiros seis meses deste ano, o abate de vacas de corte nos EUA caiu 15% em relação ao número computado em igual intervalo de 2023.

Com isso, relata o artigo, espera-se que a produção de carne bovina dos EUA diminua em 2024, e mais ainda em 2025.

No entanto, diz o texto da pesquisadora, desde janeiro/24, a produção norte-americana de carne bovina cresceu em 555 milhões de libras, depois que os produtores resolveram elevar o número de dias dos animais em confinamento, aumentando, assim, os pesos de abate.

O abate total de novilhos e novilhas no primeiro semestre de 2024 foi 1% menor em comparação ao resultado de igual período de 2023. Por sua vez, considerando a mesma base de comparação, o número de bovinos em alimentação por mais de 120 dias foi 10% maior que em 2023 e 5% acima da média de 5 anos (2018-2022).

Dessa maneira, durante o primeiro semestre do ano, os pesos das carcaças de novilhos e novilhas foram em média de 919 libras e 842 libras, respectivamente, 2% a 2,5% acima do resultado visto no mesmo período de 2023.

“A taxa (praticamente) estável nos abate de novilhos e novilhas, combinada com dias mais longos em alimentação e pesos de carcaça maiores, está compensando a redução do abate de vacas e ‘suavizando’ o declínio da produção de carne bovina em 2024”, explica a pesquisadora.

Com a expansão do rebanho bovino norte-americano prevista para começar em algum momento, diz Hannah, “inevitavelmente, o abate de vacas de descarte diminuirá ainda mais, continuando a afetar o fornecimento interno de carne bovina magra e os preços das vacas de descarte”.

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