Em agosto/24, as boas vendas de carne bovina no mercado doméstico e o aquecimento das exportações elevaram os preços do boi gordo nas principais praças brasileiras.
Diante deste cenário favorável aos pecuaristas, destaque para o movimento mais forte de alta das boiadas presentes nas regiões interioranas do País, o que resultou no encolhimento do diferencial de base da arroba durante o mês passado, informa a Agrifatto.
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O diferencial de base é a diferença entre o preço da arroba do boi gordo em São Paulo e a cotação desta mesma categoria nas demais praças pecuárias brasileiras.
Como a precificação dos contratos no mercado futuro tem como referência a praça de São Paulo, o pecuarista de outras praças pecuárias tem de considerar esse diferencial para que seja possível utilizar com maior assertividade os mecanismo de proteção de preços (hedge) na bolsa B3.
Na prática, o diferencial de base auxilia na gestão de risco da propriedade diante da volatilidade e sazonalidade do mercado.
Segundo a Agrifatto, o maior destaque ficou para a praça de Mato Grosso do Sul, que registrou um encurtamento mensal de 4,5 pontos percentuais, saindo -3,9% em julho/24, para +0,7% em agosto – o menor nível da série histórico.
“Os preços do boi gordo em MS registraram alta de 7,37% no comparativo mensal e ficaram em R$ 236,70/@, resultando em 0,69% superior a precificação da praça paulista”, apurou a Agrifatto, acrescentando que, em agosto/24, o preço médio do boi gordo em São Paulo atingiu R$ 235,07/@, com um aumento de 2,53% sobre julho/24 e o maior nível desde fevereiroo/24.
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Outra praça que registrou forte valorização em agosto/24 foi a de Tocantins, onde o preço do animal teve um incremento de 4,99% no comparativo mensal, fechando o em R$ 214,56/@.
“Mesmo com São Paulo apresentando uma alta significativa, o diferencial de base TO-SP encurtou 2,1 pontos percentuais, atingindo -8,7% no último mês, o menor nível desde novembro/23”, aponta a Agrifatto. Historicamente, a diferença de preços entre Tocantins e São Paulo é de -11,98%.
Segundo a consultoria, nos últimos meses, o Estado do Norte do País vem demonstrando maior firmeza nos preços, impulsionado sobretudo pela menor oferta de fêmeas terminadas.
Não à toa, diz a Agrifatto, em agosto/24, a valorização da fêmea foi mais intensa que a do macho não só em Tocantins, mas em todos os outros Estados monitorados pela consultoria, com destaque para Minas Gerais, onde a vaca gorda encerrou o último mês cotada a R$ 202,38/@, com valorização de 8,07% no comparativo mensal.
Diferencial de preços sobre São Paulo – Agosto/24
(Fonte: Agrifatto)
Bahia: -11,9%
Goiás: -4,5%
Minas Gerais: -3,4%
Mato Grosso do Sul: +0,7%
Mato Grosso: -9,9%
Pará: -9,3%
Rondônia: -19,4%
Tocantins: -8,7%
Maranhão: -14,6%