Efeitos climáticos devastadores afetam pecuária de corte nos EUA

Autoridades do Texas afirmam que os incêndios recentes queimaram mais de 1,79 milhão de acres de terra e mataram 7.000 cabeças de gado, destaca analista

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Em texto publicado pelo portal australiano Beef Central, o analista Steve Kay demonstrou enorme preocupação com a atual onda de clima desfavorável que vem assolando a pecuária de corte nos Estados Unidos e também na Austrália.

Com um histórico de 40 anos de experiência em cobertura do setor pecuário pelo mundo, ele destaca os atuais ciclos contínuos de secas e incêndios florestais devastadores, seguidos de inundações, nos dois países citados acima.


No texto, o analista destaca os problemas vivenciados pelos pecuaristas dos EUA, especialmente os produtores localizados no Estado do Texas.

“Este ano ainda tem apenas dois meses (completos), mas tem sido difícil para os produtores de gado dos EUA”, afirma ele. O peso das carcaças dos bovinos norte-americanos caiu durante várias semanas depois que uma brutal tempestade de inverno varreu grande parte do país, diz Kay. “As áreas mais atingidas tiveram a pesagem nos confinamentos reduzida em 45 kg (100 libras) ou mais”.

Cabeças perdidas – Enquanto isso, relata o analista, os produtores de gado do Texas estão contabilizando os custos do maior incêndio florestal da história do Estado.

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Autoridades do Texas afirmam que os incêndios recentes queimaram mais de 1,79 milhão de acres de terra, mataram 7.000 cabeças de gado e destruíram casas, celeiros, cercas e outras infraestruturas, destaca Kay.

O impacto dos incêndios nos rebanhos dos EUA pode durar anos, afirma o analista, com base nos depoimento de autoridades locais. Os fazendeiros do Texas Panhandle (região que inclui os 26 condados mais setentrionais do Estado) também perderam centenas de quilômetros de cercas, que agora terão de ser substituídas, descreve Kay. “Eles também enfrentam mais de um milhão de acres de pastagens danificadas ou destruídas pelo fogo”.

O Estado do Texas abriga 4,115 milhões de vacas de corte. Mais de 85% estão na região atingida pelos incêndios, diz o Comissário de Agricultura do Texas, Sid Miller.

O negócio de gado do Estado vale cerca de US$ 15,5 bilhões. Isto torna-o, de longe, o produto agrícola mais rentável do Estado, segundo o Departamento de Agricultura do Texas.

Existem milhões de cabeças de gado especificamente em Panhandle, com alguns condados contando mais cabeças de gado do que pessoas entre seus residentes, diz o departamento.

As perdas podem ser catastróficas para esses condados, com alguns agricultores e pecuaristas perdendo tudo, ressalta Miller, de acordo com relatos de Steve Kay.

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Agricultores e especialistas agrícolas dizem que o legado do incêndio continuará a afetar a indústria pecuária do Texas nos próximos anos. “Além dos efeitos a curto prazo do gado morto e gravemente ferido pelas chamas, haverá repercussões duradouras, uma vez que os rebanhos cultivados durante anos lutam para recuperar e as vacas traumatizadas não conseguem reproduzir-se”, observa o analista.

Não há alimento nem água para o gado, atesta Miller. Há vacas que sobreviveram aos incêndios, mas que terão de ser sacrificadas devido aos danos nos cascos e nos úberes, diz ele.

O Texas Panhandle também abriga a região de confinamento de gado mais concentrada do mundo. Contudo, os confinamentos parecem ter evitado danos ou mortes de gado, diz Kay. “O gado foi afetado principalmente pela fumaça e os confinamentos estavam trabalhando com veterinários para garantir que o gado afetado voltasse à boa saúde”, escreve o analista.

Apesar do desafio que o incêndio será para os pecuaristas do Texas, é improvável que tenha um efeito significativo nos preços da carne bovina, diz David Anderson, da Texas A&M University.

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O número de bovinos afetados é pequeno em comparação com a população total dos EUA. Se o fogo atingir as terras de um fazendeiro, será um grande desastre para esse indivíduo. Mas ele não espera ver efeitos nos preços para os consumidores por causa disso, diz Anderson.

Semelhanças com o período 2014/16 Existem semelhanças com o período 2014-2016, que desencadeou a expansão do rebanho nos EUA. Dadas as perspectivas de melhoria do pastoreio, ele espera que a retenção de novilhas comece este ano. “Mas esta mudança em relação ao ano passado restringirá ainda mais a oferta disponível de gado de engorda e de bezerros para colocação em confinamentos”, diz ele.

Entretanto, permanecem preocupações sobre o desempenho da procura de carne bovina este ano, uma vez que determinará tudo, desde as margens dos frigoríficos, ou a falta delas, até aos níveis de preços para todas as classes de gado.

Segundo relembra o analista, nos EUA, o rebanho bovino em 1º de janeiro era o menor desde 1951.

Resumo do texto do analista Steve Kay publicado no portal da BeefCentral

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