Embora a China tenha continuado como principal parceira (disparado!) do Brasil no mercado mundial de exportação de carne bovina, em janeiro/24, o país comprou 96,32 mil toneladas da proteína brasileira, com queda de 17,39% em relação ao resultado de dezembro/23, informa a Agrifatto, com base em dados oficiais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“Desde agosto/23, não exportávamos menos 100 mil toneladas aos chineses”, observam os analistas da Agrifatto.
Com isso, em janeiro/24, a participação chinesa nas exportações totais de carne bovina brasileira ficou em 53%, o menor nível desde maio/23.
Por sua vez, no mês passado, as vendas de carne bovina brasileira para os EUA apresentaram a maior participação desde março/22, sendo destino de 18,13 mil toneladas, relata Agrifatto.
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“O país representou cerca de 10% dos embarques totais e foi pelo terceiro mês consecutivo o segundo principal parceiro do Brasil”, destaca a Agrifatto, acrescentando: “Foi o segundo maior volume mensal da história”, referindo-se aos embarques de carne bovina brasileira aos EUA.
Segundo a Agrifatto, tradicionalmente, as exportações da proteína brasileira aos EUA costumam ocorrer de maneira mais intensa entre os meses dezembro e março, devido à renovação da cota de produtos que podem ser importados com isenção da tarifa de importação (cota de 64 mil toneladas).
Outro país que se destacou em janeiro/24 foi o México – pela primeira vez na história o país foi destino de 4,36 mil toneladas da carne bovina brasileira e apareceu entre os seis principais destinos.
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Segundo a Agrifatto, desde maio/22, as tarifas para importações de produtos da cesta básica foram zeradas pelos mexicanos, o que beneficia os embarques de carne bovina ao mercado local.
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“Isso vem incentivando a venda de produtos agropecuários para o México”, reforça a Agrifatto.
Gargalo de preços na China – As últimas ofertas da China para a compra do dianteiro foram de US$ 4.200/US$ 4.300/tonelada, valores não satisfatórios aos exportadores brasileiros de carne bovina, informa a Agrifatto. “Com isso, as comercializações não progridem”, ressalta a consultoria.
Em 2023, o preço médio de compra chinesa da carne bovina brasileira ficou em US$ 5,09 mil/tonelada, o que representou desvalorização anual de 24,66%.
No entanto, diz a Agrifatto, não é só os comerciantes brasileiros que sofrem com a pressão dos importadores chineses. Dentre os principais parceiros da China, apenas os EUA passaram por aumento no valor comerciado no ano passado em relação a 2022, informa a consultoria.
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Segundo a Agrifatto, o motivo da queda nos preços da carne bovina importada ao mercado chinês foi a maior disponibilidade global de proteína na China, onde a produção de carne suína, a mais consumida do país, voltou a ter forte avanço em 2023, totalizando 57,94 milhões de toneladas, alta de 4,6% em relação ao resultado de 2022.
O preço do boi gordo no país asiático seguiu recuando no último mês e atingiu o menor nível desde agosto/19, ficando em CNY 31,56/kg, com 3,04% de queda no comparativo mensal e de 15,32% no anual.
Por sua vez, relata a Agrifatto, a carne bovina fechou janeiro/24 valendo CNY 78,65/kg no mercado chinês, o menor patamar desde setembro/19, acumulando queda de 9,94% sobre janeiro/23 e de 1,45% ante dezembro/23.
“Com os preços no mercado doméstico chinês ainda em queda, a importação de carne bovina dificilmente terá espaço para avançar em termos de valores, o que deve limitar possíveis valorizações nas vendas para o gigante asiático”, acreditam os analistas da Agrifatto.