O volume de gado bovino em confinamento cresceu 32% nos primeiros sete meses deste ano no Brasil, em comparação com igual período do ano passado, mostram dados da Ponta, empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças de gado por ano em todos os sistemas produtivos.
O estudo mostra, ainda, comportamentos distintos entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto o rebanho confinado do Sudeste cresceu 34%, o do Centro-Oeste se manteve praticamente estável, registrando um aumento de apenas 2% em relação ao mesmo período de 2023. O resultado do Centro-Oeste é fruto da redução de 11% do rebanho confinado em Goiás. Já Mato Grosso apresentou um aumento de 21% na entrada de animais em confinamento no período.
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O crescimento registrado no volume de animais confinados no País vai na contramão do desempenho do preço da arroba do boi gordo, que caiu 8,16% no mesmo período (janeiro a julho), segundo a cotação Cepea/Esalq/São Paulo. Apesar de a cotação ter alcançado o menor valor em junho e estar em recuperação, continua abaixo dos R$ 240,00.
“Para quem está contando apenas com a melhora na cotação do boi gordo para garantir o resultado, o cenário não é muito animador. Entretanto, se o pecuarista estiver preocupado com a margem, que é o que sobra no bolso ao fim de todo o seu trabalho, a história é outra. Considerando o aumento da entrada de animais no confinamento neste começo de ano em relação a 2023, fica claro que o confinador está aproveitando a queda do custo alimentar para trabalhar estocado e garantir a margem dos animais do primeiro giro”, informou o CEO da Ponta, Paulo Dias.
“A combinação de fatores que causou impacto significado no custo mediano da arroba produzida dos lotes mais lucrativos nas duas regiões foi a economia no custo alimentar potencializada pelo aumento de produtividade percebido pelos melhores ganhos de peso, rendimentos de carcaça e total de arrobas produzidas. Para o Centro-Oeste, cada arroba produzida custou R$ 72,73 a menos para os lotes “cabeceira” quando comparado aos de ‘Fundo’ (R$ 164,51 por arroba ante R$ 237,24 por arroba), enquanto para o Sudeste essa diferença foi de R$ 47,27 a menos por arroba produzida pelos “cabeceira” (R$ 213,17 por arroba ante R$ 260,44 por arroba). Essa maior eficiência porteira para dentro foi o elemento-chave que levou o grupo de lotes “cabeceira” ao seu sucesso de lucratividade no ano de 2023″, explicou Dias.
Segundo a Ponta, a partir desse cálculo é possível analisar a parte do lucro gerada exclusivamente pelo resultado das arrobas produzidas. Essa visão evidencia a porcentagem do lucro definida pelas variáveis de dentro da porteira, ou seja, aquelas sobre as quais o pecuarista tem controle e que refletem a sua capacidade de gestão produtiva.
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Para o Centro-Oeste, em 2023, conforme o estudo, o resultado apenas das arrobas produzidas dos lotes “cabeceira” proporcionou um lucro de R$ 717,69 por cabeça, ou seja, representou 96,82% do lucro total apurado. Para o Sudeste, o resultado do trabalho realizado dentro da porteira teve participação de 90,91% no lucro total por cabeça, sendo responsável por R$ 642,06.
“Quanto maior a participação dos resultados dentro da porteira no lucro total, menor a exposição do negócio aos riscos referentes às oscilações do preço do mercado. Isso significa que a sustentabilidade do negócio de confinamento está atrelada à eficiência da produção. E isso denota, também, que, quem domina o processo produtivo e tem controle sobre seus custos de produção, está atento à margem e sofre menos com a volatilidade dos preços da arroba”, concluiu Dias.
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