No primeiro semestre de 2024, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai exportaram 1,861 milhão de toneladas de carne bovina, somando um faturamento total de US$ 8,4 bilhões, o que significa avanço de 21% em volume e 11 % em receita em relação aos resultados obtidos em igual período de 2023, segundo dados divulgados pela Bolsa de Comércio de Rosário, da Argentina.
O Brasil foi responsável pelo maior aumento anual (em percentual) dentro do bloco dos países exportadores da América do Sul.
No período de janeiro a junho deste ano, as vendas externas de carne bovina brasileira atingiram 1,139 milhão de toneladas, quase um terço (+29%) acima das 883 mil toneladas embarcadas no mesmo intervalo do ano passado..
Considerando a mesma base de comparação, a Argentina elevou em 13% as suas exportações, para 372 mil toneladas, ante o volume de 329 mil toneladas obtidas no primeiro semestre de 2023.
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Por sua vez, o Uruguai embarcou 188 mil toneladas no período semestral, um aumento anual de 9%, enquanto o Paraguai exportou 162 mil toneladas, com avanço de 3% sobre o primeiro semestre do ano passado.
Segundo estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, os quatro países da América do Sul devem exportar um total de 5,17 milhões de toneladas em 2024, o que representaria uma participação de 40% do comércio mundial, projetado em 12,93 milhões de toneladas.
China como protagonista
Um dos dados mais significativos do último relatório divulgado pelo USDA (publicado em junho/24) foi a correção feita nas importações chinesas deste ano.
Segundo as novas projeções, as compras de carne bovina ao exterior pelo gigante asiático devem atingir um recorde de 3,9 milhões de toneladas em 2024, o que, se confirmado, implicaria 323 mil toneladas (ou +9%) de demanda adicional.
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De acordo com estatísticas publicadas pela Administração Aduaneira da China (GACC), nos primeiros seis meses de 2024, as importações chinesas de carne bovina totalizaram 1,439 milhão de toneladas, 17% acima do volume o registrado no mesmo período de 2023.
Desse montante, informa a Bolsa de Comércio de Rosário, o Brasil respondeu por 43% de participação no total das exportações à China, seguido pela Argentina (com 21%) e o Uruguai (com 10%). Portanto, juntos, os três países responderam por 73% do volume total importado pela China no primeiro semestre.
“Se somarmos a Bolívia, com uma participação de 4% este ano, a região (da América do Sul) acaba suprindo nada menos que 77% da demanda chinesa”, destaca a Bolsa.
No entanto, observam os analistas argentinos, por trás desta posição dominante da América do Sul no mercado chinês “há uma grande fraqueza, que é precisamente o grau de exposição que a região mantém às flutuações de preços que o país asiático costuma gerar nas suas compras de carne bovina”.
“A China continua a comprar grandes volumes de carne bovina, mas a preços significativamente inferiores aos pagos no ano passado”, relata a Bolsa.
Diante de tal comportamento, os dados do primeiro semestre de 2024 mostram importações chinesas num montante próximo de US$ 6,9 biliões, o que representa um valor médio por tonelada importada de US$ 4.780, contabilizam os analista das Bolsa, acrescentando: “Isto é 11% inferior aos valores médios pagos no mesmo período de 2023 e 27% abaixo dos valores registados há dois anos”.