Por Danilo Grandini – Zootecnista, com pós-graduacão em análise econômica, e diretor global de marketing para bovinos da Phibro Animal Health

Leva tempo para entendermos o complexo com certa simplicidade; para vermos como uma engrenagem bem construída gera resultados e como consistência nada tem a ver com acaso. Recém retornei da Austrália, onde permaneci por quase três semanas, como sempre participando de reuniões com produtores, formadores de opinião e agentes do governo.

Desta vez, participei do BeefEx 2022, principal evento do segmento de confinamento, que é bianual e, nesta edição, reuniu público estimado em 600 pessoas. O BeefEx já me é familiar, pois, em 2016, seus organizadores me convidaram para proferir palestra sobre a produção pecuária da América do Sul; em 2018, fui ouvinte e, em 2022, tive a grata satisfação de ser jurado em um painel chamado “comunicando sua pesquisa”.

Eu e mais dois colegas assistimos apresentações de jovens pesquisadores para o grande público e, ao final, selecionamos três finalistas. Depois, um juri composto por seis pessoas escolheu o vencedor, sobre o qual falarei mais adiante. Agora, deixe-me voltar à engrenagem que move tudo isto, pois o evento, na verdade, é apenas um reflexo de algo mais complexo. Uma fotografia de como o setor de lá é organizado.

Por Ariosto Mesquita

O produtor que possui exploração pecuária em terras mato-grossenses tem até o dia 30 de junho de 2023 para informar ao Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso) se identifica seus bovinos e qual método utiliza. A medida – com fins sanitários, segundo o órgão – consta da portaria Nº 214/2022, que foi publicada em 14 de setembro de 2022 e ainda está cercada de dúvidas. Tanto a representação dos produtores quanto o próprio Instituto admitem que ajustes precisam ser feitos, nos próximos meses.

O texto é bastante focado na “marca a fogo” e determina que pessoas físicas ou jurídicas que exploram atividades com bovinos e bubalinos ficam obrigadas a registrar a marca que usam para identificação do rebanho. Os pecuaristas terão de preencher um formulário específico e levá-lo até o Indea, juntamente com o ferro de marcação a fogo.

Como será o cadastro

A portaria estabelece que o servidor atendente aplique o ferro “sobre uma almofada própria para carimbos e imprima o desenho da marca no local específico do formulário”. A ideia é que essa marca seja digitalizada e incluída no cadastro do produtor junto ao Indea, para ser estampada na Guia de Trânsito Animal (GTA).

Mesmo que não utilize marcação a fogo, a nova regra estabelece que o pecuarista deve registrar junto ao INDEA/MT o método que usa para identificar seus animais, por meio de “Declaração de Não Uso da Marca a Fogo” (anexo à portaria), sinalizando com um “X” entre as seguintes opções: aplicação de brinco, colar, pulseira e anilha; tatuagem; dispositivo eletrônico; outro sistema (descrevê-lo) e nenhum método de marcação permanente.