Um cenário montado pelos pesquisadores do Cepea mostrou que se os produtores não utilizassem fungicidas para o combate da ferrugem da soja haveria uma economia de R$ 5,75 bilhões no setor. No entanto, as perdas geradas pela doença levariam a uma queda na oferta estimada em 30%.
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O levantamento supõe que, se os produtores pudessem compensar esta perda de produtividade, expandindo a área cultivada, gastariam em média R$ 33 bilhões em recursos adicionais para custear um aumento de cerca de 1/3 na área produtiva nacional. “Esses custos referem-se apenas aos recursos terra, trabalho e capital privados dos produtores; não incluem custos de abertura de novas áreas e infraestrutura produtiva e logística etc”, diz o Cepea.
O modelo econômico adotado pelo centro de estudos aponta que, sem essa compensação na queda de produtividade pelo aumento da área cultivada, haveria um aumento de 22,9% no preço dentro do mercado interno.Com isso, embora os produtores reduzissem os custos (sem o controle da ferrugem), a elevação dos preços não seria suficiente para evitar uma queda da Receita Bruta de 13,9%, levando a atividade de um lucro de R$ 8,32 bilhões para um prejuízo de R$ 3,37 bilhões. Nesse cenário, o Cepea estimou que os produtores teriam uma perda de R$ 11,7 bilhões.
O levantamento do Cepea ainda mostrou que na safra 2016/17 o custo que os produtores de soja tiveram com fungicidas foi de R$ 8,3 bilhões – 96% somente para controle da ferrugem. Cerca de R$ 6,2 bilhões foram gastos em inseticidas e R$ 4,8 bilhões em herbicidas – somando R$ 19,3 bilhões ( equivalente a 16,5% do custo total da safra).