Por Ariosto Mesquita
Quem está apertado de reserva forrageira (volumoso) neste atual período seco (sobretudo no centro-sul brasileiro) tem a chance de começar a se planejar agora para que isso não ocorra na próxima safra. Uma das alternativas para conservar forragens de alta qualidade é a produção de feno e/ou pré-secado, ambos envolvendo níveis diferentes de desidratação da planta e distintos processos de armazenagens. Apesar de sua alta demanda se concentrar nos meses de chuva escassa (quando se reduz a disponibilidade de pastagem) a produção em áreas de sequeiro deve acontecer com o plantio a partir do início das águas (outubro/novembro, no Brasil Central).
Já a Santa Clara Agronegócio, em Terenos (MS), tem a possibilidade de produzir o ano todo, utilizando pelo menos 220 ha (área irrigada por pivôs), de um total de 1.000 ha, para obter estas duas opções de volumoso visando consumo interno (em confinamento) e, principalmente, comercialização.
Continue depois da publicidade
“Tecnicamente, um feno e um pré-secado bem feitos e de boas qualidades não se diferem tanto em níveis nutricionais. O segundo, por ser um pouco mais úmido, agrega melhor se for misturado com concentrado. A perda tende a ser menor, pois é mais compacto”, observa o proprietário e agrônomo Ricardo Goulart.
Quando a Santa Clara inicia o plantio (geralmente de capim Tifton) ainda não tem definido o que se tornará feno ou pré-secado. “Só saberemos mais ao final. Em nosso operacional, a opção pelo pré-secado é feita quando ocorrem chuvas no período em que se iria colher feno”, observa.
Isso acontece pelo fato de o feno exigir maior desidratação da planta (carrega geralmente de 10% a 15% de umidade) e possuir baixa tolerância ao clima úmido. Por outro lado, o pré-secado concentra mais umidade (entre 30% a 40% a mais que o feno).
“Operacionalmente, a conservação do feno exige um barracão, que é um investimento de longo prazo. Já o pré-secado demanda um custo imediato maior, devido a necessidade do plástico”. Goulart se refere ao material (filme plástico) utilizado para ensilar o volumoso em bolas. Enquanto isso, a conservação do feno em local coberto, exige apenas a formação de fardos.
A produção de feno e pré-secado integra um diversificado portfólio da Santa Clara que também entrega alfafa, silagem de capim (Zuri) + milheto e silagem de milho grão úmido, além de projetar 14.000 abates de bovinos confinados em 2024, sendo 20% de animais próprios e 80% de terceiros – prestação de serviço como boitel (confira a reportagem publicada na Revista DBO).
Continue depois da publicidade
Para interessados em mais detalhes sobre o processo de produção, corte e conservação, separamos links de acesso a três publicações: duas da Embrapa e uma da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Confira:
- Produtividade e valor nutricional de silagem pré-secada e feno de consórcios de P. maximum cv. BRS Tamani com leguminosas
- Conservação de forragem: fenação e silagem
- Produção, características qualitativas e utilização de feno e pré-secados para ruminantes
Conteúdo de qualidade para quem vive da pecuária. Assine a Revista DBO!