Apesar da estabilidade apresentada pelo mercado físico, a pressão baixista sobre os preços do animal terminado pode voltar a ocorrer durante a transição da safra para a entressafra, afirmam os analistas da Agrifatto.
Porém, nesta semana (a partir da quarta-feira, 11/4), o movimento de queda sobre os valores da arroba do boi gordo “deu uma trégua”, e o mercado físico brasileiro operou sem alterações significativas, acrescenta a consultoria.
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“As negociações entre frigoríficos e pecuaristas mantiveram um ritmo moderado, com cautela nas compras, visando volumes suficientes para manter o atendimento das programações em nove dias, na média nacional”, relata a Agrifatto.
Segundo a consultoria, é importante destacar que, enquanto esse modelo operacional persistir, há o risco de encurtamento das escalas em um ou dois dias, o que as tornaria desconfortáveis para grande parte dos frigoríficos brasileiros.
Para evitar esse cenário, alguns frigoríficos paulistas que atuam com foco no mercado doméstico ofereceram até R$ 230/@ pelo boi “comum”, embora esse preço ainda seja considerado como referência.
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Nesse contexto, as cotações (para o boi gordo e demais categorias) ficaram estáveis na maioria das praças brasileiras (veja, ao final deste texto, as cotações desta quarta-feira, de acordo com levantamento da Agrifatto).
“É razoável concluir que os aumentos pontuais da arroba em algumas regiões produtoras são resultado do excelente desempenho das exportações na primeira semana de abril e da gradual melhoria das vendas no varejo doméstico, especialmente dos cortes dianteiros desde a semana passada”, observa a Agrifatto.
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No entanto, continua a consultoria, é provável que os frigoríficos brasileiros retomem a pressão sobre os preços do animal terminado, especialmente durante a transição da safra para a entressafra, o que poderia resultar em desvalorização da arroba no médio prazo, ressaltam os analistas.
Hoje, quinta-feira (11/4), o preço médio do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 227,50/@, de acordo com apuração da Agrifatto, que leva em conta a média de preço entre o animal entregue ao mercado doméstico e o boi-exportação (o chamado “boi-China”). Nas demais regiões a média subiu para R$217,20.
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No mercado futuro, na B3, a maioria dos contratos do boi gordo voltou a surfar uma onda de valorização, informa a Agrifatto, que completa: “Especificamente o contrato com vencimento para abril de 2024, que ficou cotado em R$ 231,60/@”.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quinta-feira (11/4):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$227,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de nove dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de nove dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de treze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de treze dias;
Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.