Estudo aponta formas de redução do gás metano na produção de leite e carne

Elaborado pelo Rabobank, trabalho analisa a viabilidade da utilização de suplementos alimentares específicos para a redução de emissões de CH4 no Brasil

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O Rabobank, banco de origem holandesa, divulgou um estudo sobre as formas de redução do gás metano na produção de leite e carne no Brasil.

Batizado de “Carne e Leite: Quem paga para reduzir o metano?”, o material foi realizado pelos especialistas do Rabobank Andrés Padilha, analista setorial de leite, e Wagner Yanaguizawa, analista setorial de proteína animal.

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Em resumo, o estudo avalia a viabilidade da utilização de suplementos alimentares específicos para a redução de metano entérico no Brasil. Os aditivos ionóforos, que são considerados antibióticos ou promotores de crescimento, têm sido usados no Brasil por mais de 40 anos, ressalta o Rabobank.

Citando estudos da Embrapa, os analistas do banco dizem que os aditivos alimentares alteram a biota ruminal e têm o potencial de reduzir a produção e as emissões de metano. Com isso, a energia que não é perdida na forma de CH4 fica disponível para o gado se desenvolver.

“Essa energia adicional aumenta o ganho de peso de animais que são alimentados com dietas menos energéticas”, afirmam os analistas.

Por sua vez, continua o banco, os ionóforos aumentam a eficiência alimentar quando há mais nutrientes disponíveis, como nos confinamentos, o que ajuda na redução da emissão por quilo de ganho de peso.

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Segundo a Embrapa, os sistemas de produção extensivo experimentam um aumento de peso de 80 a 100 g/cab por dia e que os sistemas de confinamento registraram um ganho de eficiência de cerca de 10%.

No Brasil, monensina, lasalocida, narasina e salinomicina são ionóforos com marca registrada. Outro aditivo alimentar aprovado recentemente que tem ganhado a atenção do setor produtivo é o 3-nitrooxipropanol, com acordos já firmados com diversos países em todo o mundo, e que poderia atingir redução de aproximadamente 30% da produção de CH4 na pecuária de corte, relata o banco.

O trabalho do Rabobank conclui que o “aumento de produtividade no setor primário de carne e leite tem sido o principal fator na queda das emissões de CH4 no Brasil nos últimos 10 anos, considerando as emissões por litro de leite e quilo de carne”.

No entanto, diz o banco, embora ganhos adicionais sejam possíveis com o aumento de produtividade no setor primário, será preciso colocar novos incentivos econômicos para avançar mais rapidamente nas estratégias de redução de emissões de metano no País.

“Baixas margens em vários elos da cadeia e engajamento limitado por parte do consumidor são barreiras para garantir os investimentos necessários na redução das emissões de CH4 no curto prazo”, observam os analistas.

Na avaliação do banco, a implementação de regras claras para o funcionamento do mercado voluntário de créditos de carbono também poderia permitir a obtenção de recursos por parte dos produtores de leite e carne para financiar investimentos específicos na redução de CH4, como já acontece nos EUA.

“Isso inclui financiar os suplementos específicos que permitam reduzir metano entérico e, ao mesmo tempo, gerar receitas adicionais com créditos de carbono no mercado voluntário”, relatam os especialistas, ressaltando: “O setor privado (indústria, varejo e fornecedores) e o setor público devem pensar em colocar incentivos econômicos para levar adiante a transformação na produção primária, principalmente para poder cumprir os seus próprios compromissos de reduzir emissões nos níveis nacionais e empresariais”.

Tais incentivos, detalha o banco, poderiam incluir descontos em financiamentos com metas de sustentabilidade, remuneração adicional no pagamento da matéria-prima (carne/leite) e incentivos do setor público.

Produtos direcionados para segmentos de alto valor agregado seriam provavelmente os principais focos de desenvolvimento para impulsionar matéria-prima com redução de emissões, acredita o Rabobank. “Vale a pena lembrar que no mercado interno, por enquanto, o consumidor não parece estar disposto a pagar pelo atributo de menores emissões de metano”.

O setor varejista, diz o banco, também poderá cumprir um papel relevante, facilitando a entrada de produtos com menores emissões dentro da estratégia geral de reduzir as emissões do escopo 3, trabalhando com fornecedores que consigam comprovar redução de emissões.

“A indústria de nutrição animal também poderia avaliar formas de reduzir preços ou aumentar a rentabilidade do produtor com funcionalidades adicionais como aumento de produção dos suplementos de redução de emissões”, relatam os analistas, acrescentando: “Se houver aumentos de demanda e volume, e concorrência entre vários participantes, os custos dos suplementos poderiam de fato diminuir e facilitar o acesso do produtor e acelerar a transição para um setor primário em leite e carne com menores emissões de CH4 no Brasil”.

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