Por Ariosto Mesquita – de Campo Grande, MS
Houve um tempo em que produtos homeopáticos na bovinocultura brasileira eram coisa de “poetas”, de manipuladores do “pó de pirlimpimpim” (Uma alusão à fantasia do pó mágico das histórias de Monteiro Lobato) e até confundidos com alucinógenos.
“Diziam que a gente dava maconha para o boi, pois o animal ficava muito tranquilo. Foram momentos difíceis, de muito questionamento, mas todo pioneiro passa por isso”, lembra Marcelo Real, diretor comercial da Real H (agora Grupo Real), empresa com sede em Campo Grande (MS) e hoje em franca expansão, com uma segunda fábrica em Cuiabá (MT), centros de distribuição em Hortolândia (SP) e Ji-Paraná (RO), revendas em todas as regiões brasileiras, além de representações e contratos de exportação firmados com países como Paraguai e Guatemala.
Desde 1985, o fundador Claudio Martins Real (presidente do grupo, hoje aos 99 anos) impôs uma espécie de “DNA sustentável” na empresa, desenvolvendo e propondo à pecuária brasileira soluções de saúde, em grande parte capitaneadas pela homeopatia, que evitam uso de produtos químicos ou nocivos ao meio ambiente.
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A promoção do bem-estar animal, hoje uma exigência seletiva de mercado, já era premissa na sua empresa antes da virada do milênio. “Atualmente uma de nossas maiores demandas por parte da bovinocultura de corte é por solução para controle do carrapato”, revela o gerente industrial, João Paulo Anjos.
Internamente, a empresa implantou, em 2007, seu programa de sustentabilidade: o Ciclos Real H. Atualmente, produz sua própria energia através de uma usina fotovoltaica, capta e usa água pluvial e está instalando uma estação de tratamento de efluentes sólidos capaz de recuperar perto de 14 mil litros/dia de água.
O Grupo Real trabalha com três marcas/segmentos – Real H (nutrição); CMR Saúde Animal e Homeopet – e garante gerar 330 empregos diretos e mais de 1.500 indiretos. As comemorações pelos 40 anos de empresa (que se completam neste mês de fevereiro/2025) foram marcantes, muito concorridas e acompanhadas por DBO. Em 29 de janeiro, um jantar em Campo Grande reuniu mais de 500 pessoas, incluindo empresários parceiros e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.
No dia seguinte, a diretoria do Grupo promoveu uma visitação em sua sede/fábrica, ocasião em que se tornou a primeira empresa certificada pelo Programa ESG-FIEMS (Federação das Indústrias de MS), recebendo o atestado após cumprir 69 indicadores de boas práticas ambientais, sociais e de governança. Em seguida, o Grupo reuniu sua equipe, convidados e imprensa especializada para um almoço em uma badalada steak house na capital sul-mato-grossense.
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Mesmo se expandindo, o Grupo mantém sua diretoria familiar atualmente composta por Claudio Martins Real (presidente), Mário Renck Real (diretor técnico e industrial), Claudia Real Leite (diretora administrativa) e Marcelo Renck Real (diretor comercial). Este último, inclusive, faz projeções positivas, considerando os atuais parâmetros para a bovinocultura: “Estamos falando de um mercado em expansão e que exige da atividade a adoção de boas práticas com a mínima presença de produtos químicos dentro do animal. A homeopatia, portanto, é pilar da sustentabilidade na produção pecuária”.