No Estado de São Paulo, as condições climáticas continuam desafiadoras, com temperaturas acima da média histórica e com níveis críticos de armazenamento de água no solo, relata a médica veterinária Mariana Guimarães, analista de mercado da Scot Consultoria.
Tais fatores, diz ela, têm impacto direto na recuperação das pastagens e na produção de grãos, resultando em baixa liquidez nas negociações envolvendo animais de reposição.
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Porém, continua Mariana, apesar das preocupações dos recriadores/invernistas em relação ao clima, nesta semana foram constados avanços nos preços dos bovinos jovens (não-terminados) nas praças pecuárias do Estado de São Paulo.
“As altas nas cotações do boi gordo, somado à oferta limitada de bovinos para reposição, são fatores que explicam a firmeza observada neste mercado”, destaca Mariana.
Segundo apurou a analista, ao longo da última semana, as cotações dos machos, com exceção ao garrote, subiram, em média, R$ 52,79/cabeça nas praças paulistas. Para as fêmeas, salvo à novilha, a alta média foi de R$ 26,21/cabeça, acrescenta Mariana.
Dessa maneira, na comparação semanal (preços do dia 5/9 versus 12/9, em São Paulo), entre os machos, o boi magro subiu de maneira mais intensa (3,6%), seguido pelo bezerro de ano (1,5%) e bezerro de desmama (0,9%). Para o garrote, a cotação caiu 3,1% na comparação semanal.
Para as fêmeas, em igual comparação, a valorização mais intensa ficou para a categoria mais erada (vaca boiadeira), que teve alta semanal de 2,4%, seguida pela bezerra de desmama (1,5%) e pela bezerra de ano (0,4%). Para a novilha, o preço caiu 2,1% em relação à quinta-feira anterior (5/9).
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Na última quinta-feira (5/9), recorda Mariana, o IBGE divulgou os resultados completos das Estatísticas da Produção Pecuária para o segundo trimestre.
O destaque ficou para os resultados das categorias dos abates de fêmeas, que seguiram em alta em relação ao primeiro trimestre de 2024 e ao segundo trimestre de 2023.
“Em função do forte ritmo de abate, em 2025/2026, o preço do bezerro poderá sofrer uma pressão positiva pela lei da oferta e demanda”, prevê Mariana. Ela acrescenta: “Como não é esperado uma melhora expressiva na disponibilidade de bovinos para reposição, no curto e médio prazos, as cotações tendem a se manter firmes”.
Relação de troca em MT
No Mato Grosso, na comparação feita mês a mês, a relação de troca melhorou para três de quatro categorias de bovinos machos destinados à reposição, informa a analista da Scot.
O poder de compra melhorou com maior intensidade frente ao bezerro de desmama (2,9%), seguido pelo boi magro (0,6%) e pelo bezerro de ano (0,3%). Para o garrote, houve piora de 0,1% para os recriadores/invernistas.
Atualmente, com a venda de um boi gordo de 19@ em Mato Grosso, é possível comprar 2,41 bezerros de desmama, 1,99 bezerro de ano, 1,67 garrote e 1,41 boi magro, destaca Mariana.