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No rastro dos indiretos

Projeto pioneiro no Pará quer rastrear bovinos do nascimento até o abate e mostrar ao mercado que a cadeia pecuária da Amazônia pode ser livre de desmatamento.

Roberto Paulinelli com um criador parceiro do programa, durante lançamento do Primi no Pará.

Por Renato Villela

Desde que a Polícia Federal deflagrou a Operação Arco de Fogo, em março de 2008, para combater o desmatamento ilegal na Amazônia Legal – problema que levou à publicação do documento “Farra do Boi” pelo Greenpeace no mesmo ano –, a cadeia produtiva da carne se viu diante de um “cerco”. Sociedade civil, grandes varejistas e indústrias internacionais da moda, móveis e carros passaram a exigir o monitoramento dos fornecedores de bois gordos como condição para comprarem a carne e o couro da região. Era premente separar o “joio do trigo”.

Com essa forte pressão, em 2009 os principais frigoríficos do Pará assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público Federal (MPF), se comprometendo a somente adquirirem bois gordos de áreas não associadas ao desmatamento ilegal, não sobrepostas a reservas indígenas, e sem registro na lista suja do Ibama ou do trabalho escravo.

O problema parecia bem encaminhado, só que não. Em meados da década seguinte, quando o MPF deu início às auditorias, logo percebeu que mesmo os frigoríficos com 100% de conformidade no TAC podiam, eventualmente, comprar bois gordos de terminadores que (às vezes sem saber) faziam sua reposição em áreas irregulares. Novamente, a cadeia se viu sob enorme pressão e o Ministério Público começou a falar sobre o monitoramento dos chamados “fornecedores indiretos” (produtores de bezerros, recriadores de garrotes, comerciante de bois magros etc), que podiam “contaminar” toda a cadeia de abastecimento dos frigoríficos signatários do TAC.

Os fornecedores indiretos permanecem como uma “pedra no sapato” do setor desde então, inclusive porque se trata um problema complexo (os terminadores compram de vários locais, de pessoas diferentes, o animal às vezes passa por várias fazendas antes da engorda etc). Qual seria, então, a saída? Rastreabilidade. É o que pensa Roberto Paulinelli, dono do Frigorífico Rio Maria, localizado em Rio Maria (PA).

 

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