A alta nos custos de insumos da alimentação de bovinos de corte já está fazendo com que os pecuaristas comprem menos farelo de soja e milho no Estado de Mato Grosso por arroba engordada.
Esta é a constatação do mais recente relatório de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de Cuiabá (MT).
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O poder de compra de milho por parte do produtor caiu 1,2% e o de farelo de soja sofreu uma queda de 1,6%. A comparação foi feita entre a 1ª quinzena de março e o mesmo período de fevereiro, sobre a relação de troca entre o valor da arroba de boi gordo no Estado e o valor da saca de milho e do quilo de farelo de soja.
O principal motivo da queda de poder de compra desses insumos se relaciona às incertezas do mercado de commodities e a alta volatilidade de preços dos grãos no mês passado, influenciados pelos conflitos no leste europeu entre Ucrânia e Rússia.
Segundo o Imea, esse movimento resultou nas piores condições para aquisição dos principais insumos, como o milho e o farelo de soja, por parte dos pecuaristas.
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Na 1ª quinzena de março, com o valor de uma arroba de boi gordo, o pecuarista conseguiu adquirir 112 quilos de farelo de soja e 3,93 sacas de 60 quilos de milho. Na ponta do lápis, o produtor adquiriu no período 2 quilos de farelo de soja e 0,05 sacas de milho a menos que no cenário observado na 1ª quinzena de fevereiro.
A equipe do Imea inclusive acredita que essa relação de troca pode piorar. Segundo o relatório, para o curto prazo, é estimado uma diminuição nas exportações da Ucrânia em aproximadamente 18% para safra 2021/2022, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês), cenário que pode continuar puxando os preços do milho para cima.
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